Política

Manifestações têm de ter limite, diz ministro Dias

Redação Folha Vitória

São Paulo - O ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT), disse considerar as manifestações populares importantes para a democracia, contanto que tenham limites. "Não pode ultrapassar aquilo que é verbal, não podemos estimular ódio", disse nesta segunda-feira, 3, após participar de reunião com sindicalistas em São Paulo. Para o ministro, passado o momento eleitoral, é preciso retomar o diálogo entre governo e oposição e lembrar que Dilma Rousseff (PT) "não é presidente de um lado, mas da Nação inteira".

"É um momento ruim, porque pedir pelo regime militar é pedir para não se manifestar mais, é um contrassenso", disse o ministro sobre manifestações de rua em São Paulo, no fim de semana, que pediram o impeachment da presidente e a intervenção militar. Ainda assim, Dias ressalvou que a "maioria absoluta" da população brasileira está "tranquila" e respeita a decisão democrática das urnas. "As manifestações convocadas para sábado no Brasil não reuniram nem 5 mil pessoas, então foram muito pequenas", afirmou. Ele ainda disse que os protestos podem ter a ver com a "falta de politização". "Na hora que as pessoas pararem para raciocinar, vão ver que ditadura jamais."

O ministro disse ainda não considerar as manifestações um sintoma de rejeição da presidente. Ele exaltou conquistas do governo dela e do antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, como inclusão social, aumento do poder de compra, pleno emprego e valorização de salários. "Ela (Dilma) foi eleita. A maioria da população brasileira a quis como presidenta da República e não quis só por ela, a quis pelos resultados do governo dela e do presidente Lula."

PDT

Durante discurso no evento, Manoel Dias colocou na condicional a participação do PDT no segundo mandato da presidente Dilma. Questionado pelos jornalistas, ele esclareceu que não estava se referindo a qualquer possibilidade de o partido não apoiar mais a petista. "A discussão não é essa. Estamos hoje no governo como resultado da eleição passada e agora é outra eleição", afirmou. "Não vamos pressionar por cargos ou condicionar nosso apoio. Vamos apoiá-la de forma irrevogável e incondicional através das nossas bancadas na Câmara e no Senado", completou.

Como havia adiantado ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, na entrada do evento, Dias disse ser um "homem de partido" e afirmou que sua continuidade no cargo dependerá da conversa do PDT com a presidente. Segundo ele, na próxima semana deve haver reuniões da Executiva Nacional do PDT e das bancadas para discutir eventual participação no segundo mandato.

Representação no Congresso

Em seu discurso, o ministro lamentou a diminuição da representação sindical no Congresso Nacional, que, segundo ele, caiu mais de 40% desta para a próxima legislatura. "Como fica a pauta trabalhista?", questionou. Ele conclamou a plateia, de organizações sindicais, a fiscalizar os parlamentares e continuar lutando por melhorias nos direitos do trabalhador.

Dias defendeu a pauta trabalhista, falou contra as pressões capitalistas e contra a visão econômica "neoliberal". "Hoje tem um discurso neoliberal, que defende o Estado mínimo. Nós defendemos o Estado necessário", disse, defendendo o discurso da presidente Dilma Rousseff. "Falam que o Estado está inchado, pelo contrário. A começar pelo nosso ministério, que tem uma defasagem muito grande", afirmou.

Manoel Dias participou de uma cer

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