Política

Casagrande se diz vítima de 'jogo político' após ter contas rejeitadas por comissão

A polêmica teve início na semana passada, quando membros da Comissão de Finanças da Assembleia pediram informações ao Tribunal de Contas sobre as finanças do Estado

Casagrande acusa Hartung de arquitetar "jogo político"  Foto: Divulgação

Uma injustiça. Assim o governador Renato Casagrande (PSB) definiu a rejeição das contas do Governo do Estado, referentes a 2013. Elas foram rejeitadas, por sete votos a dois, na Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa, em sessão extraordinária nesta quarta-feira. 

Para Casagrande trata-se de um "jogo político", para desconstruir sua imagem, já que o Tribunal de Contas do Estado (TCES) havia aprovado essas mesmas contas sem restrição. Para o governador, esse movimento tem uma liderança conhecida.

"Esse é um movimento político feito por alguns parlamentares a mando do governador eleito Paulo Hartung", acusou.

A polêmica teve início na semana passada, quando membros da Comissão de Finanças da Assembleia pediram informações ao Tribunal de Contas sobre as finanças do Estado. O tribunal emitiu um parecer, informando que o Estado não cumpriu a meta fiscal em 2013. 

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) havia fixado um superavit primário no valor de R$ 293,2 milhões para 2013. No entanto, segundo o parecer do TCES, houve um deficit primário de R$ 316,5 milhões.  

Para Casagrande no entanto, descumprir a meta fiscal nunca foi problema. Tanto que, segundo ele, isso aconteceu em três anos do governo Paulo Hartung.

"Em 2006 estava previsto um superávit de R$ 382 milhões e o resultado foi de 292; em 2009 foi de 308 e houve um déficit de 413; por fim, em 2009, a previsão era de 306 e aconteceu um déficit de 752. Além disso, em 2010 não foi cumprido o programa de ajuste fiscal. Por isso, em 2011, precisamos pedir perdão ao ministro Guido Mantega para que pudéssemos captar recursos externos", afirmou.

O Tribunal de Contas é um órgão técnico ligado à Assembleia Legislativa, mas a decisão final sobre as contas do governador é sempre dos deputados. Por isso, tanto o tribunal pode rejeitar as contas e a Assembleia aprovar, como o contrário. 

As contas ainda serão votadas em plenário. A expectativa é de que a votação ocorra na sessão da próxima segunda-feira (15). Casagrande acredita que os demais deputados não vão seguir a Comissão de Finanças e aprovarão as contas de 2013. Entre outros problemas, a rejeição das contas pode tornar o governador inelegível.

"Estou apenas me defendendo, sendo reativo. Isto é uma tentativa de cassação dos meus direitos políticos, mas a gente espera que o Plenário da Assembleia faça justiça. É uma decisão política que hoje me atinge, mas que amanhã pode atingir qualquer um", alertou. 

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