Política

Vale diz que vai investir R$ R$ 65 milhões para reduzir emissão de pó preto na GV

"Desde o Termo de Compromisso Ambiental, em 2007, eles afirmam que investiram R$ 900 milhões. O problema é que o termo do Ministério Público foi elaborado pela empresa", revelou Gilsinho

Os representantes da Vale foram até a Assembleia prestar depoimento na CPI do Pó Preto. Foto: Divulgação/Assembleia

Representantes da mineradora Vale estiveram na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (15) para prestar explicações sobre a participação da empresa na emissão do Pó Preto na Grande Vitória. Eles prestaram depoimento na CPI criada na Casa para apurar as causas da poluição e também apresentaram as ações realizadas pela empresa no controle das emissões de poluentes. 

O diretor de Pelotização, Maurício Armando Max, reconheceu a parcela de culpa da Vale no problema, mas disse que foram investidos R$ 700 milhões entre 2007 e 2013, com redução de 33% da poeira.

"Desde 2013 já investimos mais de R$ 100 milhões em novas melhorias, incluindo o contrato de controle ambiental, porque obter resultados efetivos não basta, precisamos manter sob controle e rigorosa gestão. Até 2020 vamos investir mais R$ 65 milhões em diversas melhorias para reduzir em mais 20% nossas emissões”, garantiu.

O relator da CPI, deputado Dary Pagung (PRP), questionou por que a empresa não utilizava um cinturão verde e o filtro de manga, como a Arcelor, e a possibilidade de implantação do Domus. “Optamos pela Wind Fence, pois em nossas operações não conseguimos vislumbrar uma extensão de 10 km e a altura suficiente das árvores. No processo da Vale, que é a pelotização, os precipitadores cumprem o papel”, frisou. 

Ausência
Embora tenham recebido a justificativa da ausência do presidente da Vale, Murilo Ferreira, os deputados que compõem a CPI do Pó Preto que investiga a emissão de partículas na atmosfera da Grande Vitória, fizeram nesta quarta-feira (15) um novo requerimento convocando o CEO da empresa, que confirmou depoimento no dia 23. Na reunião da comissão compareceram três representantes da mineradora.

Integrante da CPI, o deputado Gilsinho Lopes (PR) destacou que alguns questionamentos deverão ser feitos ao comando da empresa.

"Será uma reunião extraordinária. No dia anterior receberemos os representantes da Samarco. Mas já foi avisados que é preciso que eles apresentem como querem combater a poluição. Desde a determinação do Termo de Compromisso Ambiental, em 2007, eles disseram que investiram R$ 900 milhões. O problema é que o termo, feito pelo Ministério Público, foi elaborado pela empresa", contou Gilsinho.

Também foi aprovada para as próximas reuniões a convocação de representantes do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon), das empresas Multilift e Ecosoft, e de Paulo Esteves, que participou da assinatura do TCA representando as associações de moradores.
 

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