Política

Arcelor assume apenas 5% do pó preto encontrado na Ilha do Boi em Vitória

“O efeito visual da chaminé tem a ver com a posição do observador, a incidência do sol e outros fatores, mas a emissão é sempre constante e monitorada”, disse representante de empresa

Vereadores fizeram visita técnica à empresa de siderurgia um dia antes de reunião Foto: Divulgação

Representante da ArcelorMittal disse na CPI do Pó Preto na Câmara de Vitória nesta terça-feira (12) que grande parte do pó preto existente na atmosfera é emitido pelos veículos que circulam na Grande Vitória. Ainda durante o depoimento, a empresa admitiu ter contribuído com a poeira sedimentada em apenas 5%.

Durante o depoimento do gerente geral de Meio Ambiente da Arcelor, Guilherme Correa Abreu, ele citou o Inventário de Fontes de 2010, um estudo realizado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Ele explicou que o estudo aponta para uma participação de 5% nas operações da Arcelor, 15% nas operações da Vale e 60% nas emissões veiculares.

“A empresa reconhece sua parcela de contribuição na emissão. Temos estudos que apontam que nossa participação nos locais de maior impacto como a Ilha do Boi é de 5% da poeira sedimentada. E essa é nossa maior participação”, salientou Abreu. 

Também esteve presente na reunião da CPI do Pó Preto o gerente de Meio Ambiente de Tubarão, João Bosco Reis da Silva. Ele deu detalhes sobre os mecanismos de controle utilizados pela empresa.

Quando questionados sobre a emissão de poluentes, principalmente, à noite, Guilherme Abreu explicou que se trata da forma ou o ângulo em que são vistas as chaminés da empresa. 

“O efeito visual da chaminé tem a ver com a posição do observador, a incidência do sol e outros fatores, mas a emissão é sempre constante e monitorada em tempo real”, disse Abreu, tentando desmitificar que a empresa emita mais poeira sedimentada à noite.  

Ele esclareceu que o processo produtivo é controlado e constante, porém, em alguns momentos do dia, a população visualiza com mais clareza a emissão.

O gerente de Meio Ambiente de Tubarão, João Bosco Reis da Silva destacou que os investimentos em melhorias nos filtros de manga reduziriam essa emissão, diminuindo a poeira que é visualizada da praia.

Ainda durante o depoimento, os dois representantes da empresa disseram que até 2017 deverão ser investidos mais de R$ 300 milhões em novos precipitadores eletrostáticos e em um sistema de filtragem do gás.

O presidente da CPI, Davi Esmael solicitou que a Arcelor envie o plano de investimento em controles ambientais e a relação dos impostos pagos aos  municípios de Vitória, da Serra e ao Estado.

Na visita realizada à Arcelor, no dia anterior, a empresa listou alguns de seus mecanismos de controle ambiental: aspersão das vias e das pilhas de carvão, aplicação de polímero, cultivo do cinturão verde,  uso de precipitadores eletrostáticos,  sistema de Filtros de Mangas do Desenfornamento de Coque (que estão sendo reformados), além da wind fence (barreira de metal em torno das pilhas de carvão).

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