Política

Fogo amigo: CUT e dirigentes do PT lançam manifesto com críticas a Dilma

Para os dirigentes sindicais do PT, o governo se afastou de suas bases sociais e promoveu uma "guinada na política econômica", deixando o partido "no meio do fogo", sem saber como reagir

Redação Folha Vitória
Sindicalistas do PT afirmam que a presidente deixou a base social e promove a política econômica Foto: Agência Brasil

Salvador - Sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e dirigentes do PT vão lançar nesta quinta-feira, 11, um manifesto no 5.º Congresso do partido, em Salvador, com fortes críticas aos rumos do governo Dilma Rousseff e ao ajuste fiscal. O documento diz que "o momento é grave" e destaca que "ainda é tempo" de mudar de política e de plano econômico.

"Consideramos que a política de ajuste fiscal regressivo e recessivo inaugurada com a nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda coloca o PT contra a classe trabalhadora e as camadas populares que sempre foram sua principal base de apoio", diz o manifesto."Trata-se de uma política econômica que diminui o papel do Estado, corta investimentos e eleva juros, acabando por restringir direitos sociais, rebaixar salários e aumentar o desemprego, com impactos negativos no PIB."

Para os dirigentes sindicais do PT, o governo se afastou de suas bases sociais e promoveu uma "guinada na política econômica", deixando o partido "no meio do fogo", sem saber como reagir. Intitulado "O PT de volta para a classe trabalhadora", o manifesto também critica a imprensa e setores do Judiciário.

"Hoje o PT, que já gozou do apoio constante de mais de 30% do eleitorado, atinge a sua mais baixa popularidade. Assistimos a tentativas vindas de forças inimigas de criminalização de nossos dirigentes e do próprio PT, as quais o nosso partido não reagiu à altura. Segmentos do Judiciário, a mídia e partidos conservadores vêm tentando criar um cenário que permita abreviar o mandato de Dilma e até mesmo levar à extinção do PT", afirma um trecho do documento. Na avaliação dos signatários do texto, as mudanças de rota e um maior protagonismo do PT no governo são essenciais para a sobrevivência do partido.

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