Política

No centro de escândalo, estatal não tem verba para concluir usina

Redação Folha Vitória

Brasília - As investigações da Polícia Federal (PF) agravam a já delicada situação financeira da Eletronuclear. A empresa, que não tem caixa para honrar seus atuais compromissos financeiros com a conclusão de Angra 3, corre o risco de parar de vez. A usina, que custava R$ 9,95 bilhões até 2010, saltou para mais de R$ 16 bilhões a preços de hoje. A estatal trabalha em uma nova proposta de socorro financeiro para ser apresentada ao BNDES, mas o banco tende a fechar a torneira de vez, por conta das acusações envolvendo o nome da empresa.

Atualmente a Eletronuclear tem contrato de financiamento de R$ 6,146 bilhões com o BNDES. Até maio deste ano, R$ 2,551 bilhões foram liberados. Já se sabe, no entanto, que os R$ 3,6 bilhões restantes não serão suficientes para concluir a usina e que mais recursos serão necessários. Um novo pedido de empréstimo exige não apenas uma conduta idônea por parte da diretoria da empresa em seus contratos, mas também fôlego financeiro para contrapartida, um recurso que a empresa não tem.

Ao todo, Angra 3 já consumiu R$ 1 bilhão apenas para manter em condições de uso os equipamentos nucleares adquiridos pelo governo na década de 80, como mostrou o Estado no domingo. Retomada em 2007, a previsão era concluir a usina em maio de 2014, mas o prazo atual joga essa data para dezembro de 2018. Dadas as condições atuais, é bem provável que esse prazo seja adiado de novo.

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