Política

CPI dos Guinchos pede a quebra de sigilo de empresa de rotativo de Colatina

Pedido feito pelos integrantes da CPI ocorreu depois que eles ouviram o depoimento do proprietário da Francisco de Almeida Construções Ldta, o empresário Leonardo Abreu de Almeida

Empresário proprietário de empresa de estacionamento em Colatina (de camisa azul) depõe em CPI Foto: Divulgação/Assembleia

Depois de enveredar a investigação no interior do Estado, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a chamada máfia dos guinchos pediu nesta segunda-feira (24) a quebra dos sigilos bancário e fiscal de empresa de rotativo de Colatina. 

O pedido feito pelos integrantes da CPI ocorreu depois que eles ouviram o depoimento do proprietário da Francisco de Almeida Construções Ldta, o empresário Leonardo Abreu de Almeida. 

“Na audiência pública que a CPI do Guincho realizou em Colatina ouvimos muitas reclamações e denúncias de moradores contra a empresa. Hoje, o depoimento do proprietário da Facom, só nós deixou ainda mais estarrecidos já que a empresa presta um serviço lesivo e abusivo no município. O proprietário só é responsável por arrecadar o valor cobrado do estacionamento, sendo que desse total arrecadado, apenas 10% é repassado à prefeitura”, apontou a deputada Janete de Sá. 

O empresário informou que não possui qualquer policial ou membro da prefeitura como sócio de sua empresa. Ele disse que do faturamento total da empresa, que chega a R$ 100 mil mensais em média, o lucro é de cerca de R$ 7,5 mil mensais.

O restante dos recursos seria destinado ao custeio do serviço e ao pagamento pela outorga da concessão feita pela prefeitura, que corresponde a 10% do valor bruto arrecadado mensalmente.

Diante da situação, e sob suspeita de que a empresa tem um lucro maior ou tem algum conluio com pessoas ligadas à administração municipal, a CPI decidiu pedir a quebra de sigilo.

Em depoimento na CPI dos Guinchos, o dono da Facom apresentou informações contraditórias no entendimento do presidente da CPI, deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), e da relatora da comissão, deputada Janete de Sá (PMN).

Embora alegasse que não são realizadas remoções de veículos em Colatina que estejam estacionados irregularmente (sem pagamento ou com prazo de estacionamento vencido). Mas, ainda durante seu depoimento, foi entregue aos deputados um folheto de propaganda da empresa, que informava que em caso de ausência do cartão de estacionamento ou de tempo expirado (entre duas e quatro horas) o veículo poderia ser multado ou removido.

“A guarda municipal é a responsável por fiscalizar e multar, em caso de irregularidade no uso das vagas do rotativo. Além disso a empresa orienta os usuários que, em caso de não pagamento, os carros estão sujeitos e multa e guinchamento conforme consta nos panfletos que eles distribuiem à população”, apontou Janete. 

A CPI ouviu, nesta manhã, o coronel Paulo Domingos Deorce, que foi diretor do Detran por três meses, do final de 2005 a abril de 2006, o proprietário da Facom, Leonardo Abreu de Almeida, e o sócio-proprietário da empresa Locação Veículos Venecianos Ltda, que administra o pátio de Nova Venécia, Vinicius Justiniano Farias.

O ex-diretor do Detran, coronel Deorce, foi ouvido por menos de cinco minutos e dispensado da oitiva, porque alegou que não se lembra de nada do que aconteceu no período em que esteve à frente do órgão, salientando ainda que atuou apenas como diretor interino, até que o verdadeiro designado para o cargo pudesse assumir.

Na próxima segunda-feira (31), a CPI ouvirá do presidente do Instituto de Proteção e Defesa dos Proprietários, Condutores de Veículo Automotores, Consumidores e Cidadãos no Estado do Espírito Santo (IDPVAT), Francisco de Morais. A Comissão também deliberou ouvir presidentes de associações de moradores da Grande Vitória e cidadãos que tiveram veículos apreendidos de forma irregular. 

O empresário Leonardo de Abreu Almeida foi procurado para falar sobre o assunto, mas não foi localizado.

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