Política

Espírito Santo e Minas Gerais disputam território na região do Caparaó

Segundo a explicação fornecida pelos dois servidores do Idaf, Minas Gerais reivindica o território que conta com a entrada capixaba para o Parque Nacional do Caparaó

Dores do Rio Preto que tem a entrada do Parque Nacional do Caparaó está em litígio Foto: Estadão Conteúdo

Com o objetivo de acabar com o litígio entre o Espírito Santo e Minas Gerais em torno do Caparaó, técnicos dos dois estados têm vistorias marcadas em setembro na região. Nesta terça-feira (11), o assunto foi tema de discussão na Comissão de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.

A comissão, presidida pelo deputado Nunes (PT), recebeu o chefe de Geografia e Cartografia do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Vailson Schineider, e o chefe do Departamento de Recursos Naturais Renováveis do Idaf, Robson de Almeida Britto, que fizeram uma explanação sobre o litígio entre os dois estados na região do município de Dores do Rio Preto.

Segundo a explicação fornecida pelos dois servidores do Idaf, Minas Gerais reivindica o território que conta com a entrada capixaba para o Parque Nacional do Caparaó.

A disputa envolve terras da unidade de conservação do Parque Nacional do Caparaó, com repercussão significativa para as regiões administrativas em torno do parque, envolvendo a divisa do município de Dores do Rio Preto (ES) com Espera Feliz (MG).

Sobre a ameaça, Vailson Schineider tranquilizou deputados e outros presentes. Segundo ele, existem provas documentais que favorecem o Espírito Santo na disputa que envolve um território de 550 hectares – o equivalente a 550 campos de futebol. E ele foi enfático ao afirmar que não existe motivo para preocupação.

“Não há a menor condição de o Estado Perder”, assegurou Schineider. Para o deputado Nunes, a explanação dos técnicos do Idaf foi importante para esclarecer o problema do litígio. 

“Eles realizaram um grandioso trabalho sobre os limites territoriais do Estado com Minas Gerais. Já resolveram, por consenso, as situações de limite no Norte do Estado, e agora está trabalham na situação do Sul, no município de Dores do Rio Preto. A principal questão é garantir que não haja essa perda significativa para o território, turismo e cultura capixaba, levando em consideração que a disputa também envolve a entrada capixaba de acesso ao Parque do Caparaó, em Pedra da Menina”.

Ao final da reunião foi definido que na primeira quinzena de setembro deputados que fazem parte da Comissão de Cidadania irão à região de Dores do Rio Preto para realizar uma visita técnica ao local, na companhia de prefeitos e vereadores da região.

Para a segunda quinzena, será promovido um encontro entre técnicos do Idaf e técnicos do Instituto de Geoinformação e Tecnologia de Minas Gerais (Igetec) para realização de vistoria que irá comprovar e fixar os limites de cada estado.
 
História

São históricos os casos de litígio entre os estados do Espírito Santo e Minas Gerais. Não foram poucos e nem breves os conflitos que trouxeram como conquista ao nosso Estado as divisas que hoje são desenhadas nos mapas cartográficos.

Em 1963, mais precisamente em setembro, se encerrou o litígio com a assinatura de um acordo de paz. Os dois estados quase chegaram a um conflito armado, depois de disputarem o território por seis décadas.

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