Política

Um ano após acidente aéreo, políticos capixabas homenageiam Eduardo Campos

No dia 13 de agosto de 2014, morria o então candidato à presidência Eduardo Campos (PSB). O acidente paralisou o país e deixou os eleitores atônitos

Se estivesse vivo, o ex-governador de Pernambuco teria completado na última segunda-feira (10), 50 anos Foto: Divulgação

Há um ano, o país vivia o ápice da eleição presidencial. No meio do caminho, porém, uma tragédia mudou o rumo da história política do Brasil. No dia 13 de agosto de 2014, morria o então candidato à presidência Eduardo Campos (PSB). O acidente paralisou o país e deixou os eleitores atônitos.

Se estivesse vivo, o ex-governador de Pernambuco teria completado, na última segunda-feira (10), 50 anos. Esta semana marca duas datas que aliados, amigos e políticos não conseguem esquecer. 

Para o ex-governador do Estado, Renato Casagrande, companheiro de partido e amigo pessoal de Campos, o nome do político sempre será uma referência positivo dentro do partido. 

“Se Eduardo tivesse conquistado a vitória, teria condições e capacidade para conduzir o Brasil num momento de crise como esta que estamos vivendo. Se não tivesse sido eleito, tenho a certeza de que ele permaneceria como uma liderança equilibrada, de forma que se pudesse encontrar o caminho. Mas este ano sem a presença física, ainda assim, a presença dele foi forte na lembrança das lideranças políticas e também dentro do PSB. São lembranças de um bom ministro e de um bom governador. Lembramos dele como um homem que teve coragem de lançar seu nome para a disputa presidencial. O nome dele é uma referência. Nós o temos como uma referência no partido e as pessoas também o têm como referência no dia a dia da política”, afirmou. 

Quinze dias antes do acidente aéreo, Campos fez uma visita ao Espírito Santo. O socialista participou do lançamento da campanha oficial à reeleição do então governador, Renato Casagrande. No Estado, Campos e Marina Silva foram recebidos por uma comitiva formada por lideranças políticas capixabas. O prefeito de Vitória, Luciano Rezende, também participou do evento. Um ano após a perda, Rezende analisou o cenário atual político e lamentou a morte do presidenciável. 

“Além da tragédia familiar e humana, que foi a perda de um jovem líder de forma inesperada, o Brasil perdeu também uma das maiores promessas de renovação de lideranças. E justamente é o que mais está fazendo falta neste país: alguém que possa liderar o Brasil no caminho do restabelecimento e no ajuste de rumo que nós precisamos. Então, é lamentável por todos os sentidos: Uma tragédia humana, familiar, mas também uma tragédia política no país", disse o prefeito de Vitória.

Para o presidente estadual do PSB, deputado federal Paulo Foletto, Eduardo Campos teria vencido a disputa eleitoral. “A fatalidade foi ruim para o país inteiro. E após uma no temos ainda mais certeza disso. Hoje o nosso Brasil sofre e clama por uma liderança honesta. Não tenho dúvida de que o Eduardo teria vencido o pleito de 2014. Ele morreu 48 horas após ter sido brilhante em uma entrevista. Ele era íntegro, coerente e claro. Estava apto para vencer. A morte dele foi uma pena para o partido, para o país e para todos nós”, lamentou.  

A vida de Campos

Eduardo Campos tinha 49 anos e concorria pela primeira vez ao cargo mais importante da política brasileira, depois de ser deputado estadual, três vezes deputado federal, secretário estadual de Governo e de Fazenda, ministro da Ciência e Tecnologia e governador de Pernambuco por dois mandatos. 

Casado, pai de cinco filhos, começou a carreira política ainda na universidade, como presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Pernambuco. Ao lado da ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva, tinha o objetivo de chegar à Presidência da República em outubro pela coligação Unidos Pelo Brasil (PSB, PHS, PRP, PPS, PPL, PSL).

O economista era filho da deputada Ana Arraes e do escritor Maximiano Campos, e nasceu em Recife em 10 de agosto de 1965. Campos era neto de Miguel Arraes, que construiu carreira política no Nordeste ao governar Pernambuco por três vezes e se tornar um dos principais expoentes da esquerda brasileira. Eduardo morreu no dia 13 de agosto, o mesmo dia da morte de seu avô, Miguel Arraes, em 2005, aos 88 anos.

Campos iniciou sua carreira política ainda na faculdade em 1985, quando assumiu a presidência do Diretório Acadêmico do curso de Economia na Universidade Federal de Pernambuco. Um ano depois, Campos participou da campanha que levou seu avô, Miguel Arraes, de volta ao governo de Pernambuco. Com a vitória, Campos assumiu a chefia de gabinete.

No dia 28 de janeiro deste ano, sua mulher, Renata Campos, deu à luz o quinto filho de Campos, Miguel de Andrade Lima Campos. Ele confirmou o diagnóstico da Síndrome de Down do garoto e afirmou: "Obrigado a todos que nos mandaram tantas lindas mensagens pela chegada do nosso Miguel. Hoje, os médicos confirmaram o que já estava pré-diagnosticado há algum tempo. Miguel, entre outras características que o fazem muito especial, chegou com a Síndrome de Down. Seja bem-vindo, querido Miguel. Como disse seu irmão, você chegou na família certa! Agora, todos nós vamos crescer com muito amor, sempre ao seu lado. Eduardo, Renata, João, Maria Eduarda, Pedro e José.

O acidente

O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, morreu em um acidente de avião em Santos, na manhã desta quarta-feira (13). A confirmação inicial foi do deputado federal Walter Feldman (PSB-SP). Posteriormente,órgãos oficiais se manifestaram com a mesma informação. Assessores técnicos de campanha também estavam na aeronave e ninguém sobreviveu.

O deputado Júlio Delgado, presidente do diretório do PSB em Minas Gerais, confirmou pouco que não há sobreviventes na aeronave. No total, sete pessoas morreram, sendo cinco passageiros e dois tripulantes.

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