Política

Dilma diz que volta da CPMF não está totalmente descartada

A presidente Dilma Roussff afirmou que o governo está analisando todas as possibilidades para aumentar a arrecadação, inclusive a recriação da CPMF

Redação Folha Vitória
A presidente confirmou que o governo pretende mandar um adendo ao projeto de lei orçamentária enviado esta semana para o Congresso Foto: Agência Brasil

Brasília - Em sua primeira manifestação pública sobre a decisão de enviar o Orçamento de 2016 com previsão de déficit, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira, 2, que a equipe econômica está trabalhando para encontrar caminhos para resolver esse problema e que, apesar de contar com a ajuda do Congresso para achar uma solução, não está transferindo a responsabilidade para os parlamentares.

"Nós não fugiremos às nossas responsabilidades de propor a solução ao problema. O que nós queremos, porque vivemos num país democrático, é construir essa alternativa, não transferindo a responsabilidade a ninguém, porque ela sempre será nossa", disse.

A presidente confirmou que o governo pretende mandar um adendo ao projeto de lei orçamentária enviado esta semana para o Congresso. A expectativa é que o Ministério do Planejamento faça alterações na peça, incluindo novas fontes de receitas para cobrir o rombo de R$ 30,5 bilhões previsto para o ano que vem.

"Quando acharmos que a discussão maturou, que existem as condições para fazer isso, nós queremos mandar mais elementos para o Congresso", disse.

Apesar de não especificar que alterações seriam essas, Dilma afirmou que o governo está analisando todas as possibilidades, inclusive a recriação da CPMF. "Eu não gosto da CPMF. Acho que a CPMF tem suas complicações. Mas não estou afastando a necessidade de criar nenhuma fonte de receita", disse.

A presidente afirmou ainda que, ao optar por enviar a peça orçamentária com a previsão de rombo, o governo tentou ser "transparente" e mostrar que realmente há um problema que precisa ser solucionado.

Dilma também disse que o governo está "averiguando" a possibilidade de rombo nas contas públicas ser maior, como foi aventado por alguns parlamentares. Ela, no entanto, diz que a equipe econômica acredita que esse valor seja realmente de R$ 30,5 bilhões. "Do nosso ponto de vista, nós não achamos que estamos errados", disse.

A presidente afirmou ainda não concordar com a avaliação de que o tamanho do rombo seja "desastroso", mas admitiu que "todo déficit é ruim". "Alguém falar que déficit é bom, não é bom. Nós não achamos ele bom. Se a gente achasse o déficit bom, nós iríamos abraçá-lo, mas nós queremos resolver o problema do déficit. Nós vamos buscar medidas para resolver o déficit. Vocês podem ter certeza que essa é a forma correta de condução, porque qualquer tentativa de fazer diferente, provocaria muito mais problema", disse.

Na terça-feira, 1, Dilma se reuniu com os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para pedir ajuda para apontar as saídas para o Orçamento. Os dois, porém, deixaram claro que isso não era atribuição do Legislativo e que esperavam uma solução do governo.

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