Política

Capixabas vão passar feriado algemados em Brasília para pedir saída de Dilma

Jéssica Polese contou que as primeiras 48 horas foram difíceis, mas Eduardo Cunha, depois de acompanhar situação, liberou banheiros da Casa para utilização dos manifestantes

Manifestantes se algemaram no salão verde da Câmara dos Deputados Foto: Divulgação

Mesmo sem ter uma data para acabar o protesto, os manifestantes do “Fora, Dilma” que ocuparam o salão verde da Câmara dos Deputados e se algemaram na última quarta-feira (28) podem comemorar: simpatizantes da causa fazem doações de alimentos para que eles possam permanecer no local.

Nesta sexta-feira (30), a médica capixaba Jéssica Polese contou que as primeiras 48 horas foram bem difíceis, mas que o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB), depois de acompanhar a situação de todos, liberou os banheiros da Casa para que pudessem ser utilizados pelos manifestantes.

“Chegamos às 8 horas de quarta-feira e a manifestação teve início às 13h30, quando nos algemamos. Passamos um aperto, pois sabíamos que se saíssemos para ir ao banheiro, não poderíamos voltar. Depois, o Cunha liberou os banheiros para que pudéssemos utilizá-los. Quanto à alimentação, contamos com doações de pessoas que moram em Brasília e apreciam a nossa causa”, contou Jéssica.

Além do protesto dentro da Casa Legislativa, do lado de fora pessoas ligadas ao Movimento Brasil Livre estão acampadas e, segundo Jéssica, também contam com doações de alimentos.

Entre os capixabas, além de Jéssica, estão Dárcio Bracarense, Eric Rubiale e Amarildo Batista.

Embora esteja na Capital Federal, o menor apoio é de manifestantes do Distrito Federal. Jéssica Polese informou que o movimento conta com apenas duas pessoas de Brasília.

“Temos gente do Acre, Amazonas, Matro Grosso do Sul e Paraná, além de nós, do Espírito Santo. De Brasília apenas dois, infelizmente”, lamentou Jéssica.

Dentre os parlamentares do Espírito Santo, estiveram no salão verde para dar apoio aos manifestantes o senador Magno Malta (PR) e o deputado federal Marcus Vicente (PP). Também apoiaram o movimento os seguintes parlamentares: Roberto Freire (PPS-SP), Mara Gabrilli (PSDB-SP), Jair Bolsonaro (PP-RJ), Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), Mandetta (DEM-MS) e Domingos Sávio (PSDB-MG).

Médica usa recursos próprios

Jéssica Polese deixou bem claro que viajou para Brasília com recursos próprios. Disse ainda que não se licenciou de um cargo público.

“Diferente do que andam dizendo por aí. Não estamos recebendo R$ 200 por dia. Estamos aqui com nossos próprios recursos. Eu deixei meu consultório. Agendei todas as minhas consultas. Precisava ver a decepção estampada no rosto de um servidor daqui do Congresso quando nos perguntou sobre o fato de estarmos recebendo dinheiro para estarmos aqui. Ele nos fez doações de muito boa vontade. Mas deixamos claro que foi uma mentira que inventaram”, esclareceu Jéssica.

Cunha se mostra vago em relação ao impeachment

Para a médica Jéssica Polese, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, se mostrou evasivo quando foi questionado sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

“Ele foi muito vago. Existem muitos pedidos de impeachment na mesa do presidente, as provas estão na mão. O que mais está faltando? As pedaladas são motivos que bastam”, apontou Jéssica

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