Política

Empresas terão que construir hospitais para compensar emissão de pó preto no Estado

O relator explicou que, durante os depoimentos, as empresas se comprometeram em investir na aquisição de vários equipamentos de controle da emissão de poluentes até 2020

Deputados integrantes da CPI do Pó Preto: Dary Pagung, Rafael Favatto e Gilsinho Lopes Foto: Divulgação/Assembleia

Depois de oito meses de depoimentos e visitas técnicas a Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a emissão de poluentes, a chamada CPI do Pó Preto divulgou nesta quarta-feira (7) o relatório final. 

Dentre as diversas orientações está a recomendação às empresas ArcelorMittal e Vale que construam um novo Hospital Infantil em Vitória com equipamentos de última geração. Da mesma forma, orienta que a Samarco construa uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no hospital existente em Anchieta.

Segundo o relator da CPI do Pó Preto, deputado Dary Pagung (PRP), o documento recomenda a criação de um fundo para que as empresas poluidoras sejam responsáveis por depósito de verba a ser destinada à pesquisa sobre a emissão de poluentes no ar. Assim sendo, o governo do Estado não seria o responsável pelo pagamento dessas despesas, e sim, as empresas que, em tese, emitem os poluentes.

“Depois de muito trabalho, muita determinação e até de investigação, acredito que entregamos um bom relatório à sociedade capixaba. O que acontece em Vitória não acontece em lugar nenhum do mundo. Aqui são duas grandes empresas. Só dentro de Vitória. Fizemos recomendações ao govrno do Estado e às empresas. Governo deverá criar um fundo para elaborar pesquisas”, explicou o deputado.

E Pagung acrescentou: “Antes o Estado tinha que contratar empresa para realizar pesquisa do pó preto. Recomendamos que o poluidor-pagador deposite em um fundo a ser criado pelo Estado, depois votado pela Assembleia, para a realização de pesquisas”.

O relator explicou que, durante os depoimentos, as empresas se comprometeram em investir na aquisição de vários equipamentos de controle da emissão de poluentes até 2020.

“Colocamos algumas compensações, tais como a construção de um hospital infantil em Vitória e que façam um novo hospital com equipamentos. E também uma UTI no hospital existente em Anchieta”.

Vale

Em nota, a mineradora Vale disse que não irá comentar o relatório por não ter conhecimento do teor de todo o documento. Informou que vai aguardar o documento para depois se posicionar.

A assessoria da empresa explicou que durante os depoimentos, a empresa se comprometeu em investir R$ 65 milhões na melhoria do controle de emissão de poluentes no ar. E disse também que entre 2007 e 2014 foram investidos mais de R$ 800 milhões na redução da emissão de poluentes.

ArcelorMittal

A ArcelorMittal Tubarão informa que não foi oficialmente comunicada sobre a conclusão dos trabalhos da CPI realizados pela Assembleia Legislativa do Espírito Santo e que vai esperar receber a documentação final para se posicionar sobre esta questão.

A empresa reforça, ainda, que vem implementando desde março de 2014, um robusto plano de investimentos ambientais da ordem de R$ 100 milhões de dólares, envolvendo novas tecnologias e sistemas de controle ambiental e visando a melhoria contínua através da redução de suas emissões.

Adianta, também, que vem sendo permanentemente fiscalizada pelos órgãos de controle ambiental estadual e municipal, atendendo todas as suas demandas e que mantém um diálogo constante com a sociedade na busca de soluções que baseadas em fatos, dados e tecnologia ajudem a aprimorar seu desempenho ambiental.

Samarco

A Samarco informa que somente após uma análise aprofundada do relatório da CPI do Pó Preto, poderá se pronunciar a respeito. 

A empresa reitera que, desde 1977, quando iniciou suas operações, investe continuamente em melhorias do seu sistema de controle atmosférico. Mais recentemente, no período entre 2010 e 2014, investiu mais de R$ 354 milhões em ações para controle ambiental, contribuindo para reduzir os impactos de sua operação.

Até 2019, a Samarco investirá, ainda, mais R$ 130 milhões, sendo R$ 43 milhões destinados à aplicação de novos controles de emissões e R$ 87 milhões para a operação e manutenção do todo o sistema de controle atmosférico da Unidade de Ubu. Ao todo, as ações possibilitarão uma redução adicional de 18,2% na emissão de particulados.

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