Política

Rose de Freitas é escolhida do PMDB para comissão do impeachment

A parlamentar ocupa uma das cinco vagas destinadas ao PMDB. Os senadores Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Magno Malta (PR-ES) foram indicados como suplentes.

Rose de Freitas é a única capixaba como titular da comissão do impeachment no Senado Foto: Agência Senado

A senadora Rose de Freitas (PMDB), coordenadora da bancada federal capixaba, foi indicada nesta quarta-feira (20) como titular da comissão especial que vai analisar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. A parlamentar ocupa uma das cinco vagas destinadas ao PMDB e é a única capixaba titular da comissão - os senadores Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Magno Malta (PR-ES) foram indicados como suplentes.

Além de Rose, também participarão do processo entre os peemedebistas o senador Raimundo Lira (PB), indicado pela sigla para presidir o colegiado; e os senadores Simone Tebet (MS), José Maranhão (PB) e Waldemir Moka (MS).

O PMDB tem direito a indicar cinco parlamentares titulares por ser o maior bloco partidário do Senado, com 18 representantes. Além dos titulares, participam como suplentes do partido na comissão os senadores Hélio José (DF), Marta Suplicy (SP), Garibaldi Alves (RN), João Alberto Souza (MA) e Dário Berger (SC). A comissão especial do impeachment, que contará no total com 21 membros titulares e 21 suplentes, será oficializada na próxima segunda-feira (25), a partir das 16 horas, quando o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), agendou a eleição do colegiado.

Rose de Freitas fez análise de como será a condução dos trabalhos: "A comissão é de muita responsabilidade. Na verdade, eu nem gostaria de estar vivendo este momento no Brasil, que é o segundo (processo de impeachment) em 24 anos", iniciou a senadora.

"Mas entendo que aqui é realmente o lugar onde vai se decidir a admissibilidade. E aqui se dará, se aprovada a admissibilidade, o afastamento da Presidente. Portanto, você imagina que não é fácil estar nesta circunstância. Mas é da vida e é da tarefa de um agente político emitir parecer, analisar as contas", afirmou.

Rose, também na tarde desta quarta-feira, voltou a questionar a capacidade de o atual governo conduzir o país com mudanças políticas e econômicas. A senadora ainda reforçou que o sentimento no Senado é o de repetir a decisão da Câmara dos Deputados, isto é, de admitir a continuação do processo de impeachment de Dilma.

Novas eleições

Diferentemente dos senadores capixabas Ricardo Ferraço (PSDB) e Magno Malta (PR), que endossam um possível governo de Michel Temer (PMDB) no caso do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), Rose de Freitas prefere a realização de novas eleições presidenciais. 

Apesar de fazer parte do mesmo partido do vice-presidente, e de declarar voto favorável ao afastamento da presidente, Rose assinou uma lista que já conta com 33 nomes para dar sustentação a uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pede um novo pleito. Para ela, o PMDB é parte do processo, pois participou do primeiro e do segundo mandato de Dilma.

"Os que querem a saída da presidente não necessariamente querem o PMDB. Nós não demos uma grande contribuição ao país a não ser eleitoralmente", comentou a senadora. Rose de Freitas disse ainda que, assim como a população, tem dúvidas a respeito de um governo capitaneado pelo PMDB. "Até agora não conheço uma proposta do PMDB para acabar com essa crise. Se a popuação está em dúvida, ela tem o direito de dar as opções", afirmou.  

Outra colocação de Rose de Freitas diz respeito às ditas pedaladas fiscais, que embasam o pedido de impeachment de Dilma Rousseff. A senadora é enfática ao afirmar que todos os presidentes cometeram pedaladas. "Itamar Franco, Collor, FHC, Lula, Dilma... Todas essas contas, que estavam guardaas há 25 anos na gaveta, tinham pedaladas. Existir, existem, mas não ssou a favor. O melhor é uma contabilidade correta que você não peça dinheiro do próprio governo para pagar as contas".

Questionada sobre o porquê de votar favoravelmente ao impeachment, já que não vê crime nas pedaladas fiscais supostamente cometidas pela presidente da República, a senadora justificou. "Não acho que há crime de responsabilidade, mas acho que há razão suficiente para ela [Dilma] não continuar, porque o Brasil está parado. Desde o ano passado nós não temos nenhuma boa perspectiva do governo", finalizou.

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