Sesp garante que não haverá bloqueio de vias durante protesto contra Dilma na Grande Vitória
Secretário André Garcia disse ter chegado a um acordo com organizadores do ato, para que a manifestação, prevista para as 7 horas desta sexta, não prejudique a população
O trânsito na Grande Vitória permanecerá liberado, na manhã desta sexta-feira (15), durante as manifestações contra a presidente Dilma Rousseff (PT), que estão previstas para acontecer em Vitória e Vila Velha. Quem garante é o secretário estadual de Segurança Pública, André Garcia, que disse ter se reunido e chegado a um acordo com organizadores do ato, para que a manifestação, prevista para começar às 7 horas, não prejudique a população.
A reunião de André Garcia com integrantes de movimentos pró-impeachment aconteceu na tarde desta quinta-feira (14). Segundo o secretário, os manifestantes concordaram em não ocupar totalmente as vias públicas, tanto na sexta-feira quanto no domingo, quando deverão se concentrar principalmente na região da Praça do Papa, em Vitória.
Empresas devem fechar as portas e liberar funcionários
Para esta sexta, a previsão é de que os manifestantes se concentrem em quatro pontos: na Avenida Elias Miguel, na Vila Rubim, em Vitória; nas pontes da Passagem e de Camburi, também na capital; e nas proximidades do posto Moby Dick, na Praia da Costa, em Vila Velha, um dos acessos à Terceira Ponte. Inicialmente, a intenção dos participantes do ato era interditar o trânsito nesses pontos, liberando apenas uma faixa para veículos de emergência, como ambulâncias e viaturas.
De acordo com André Garcia, a liberação da travessia da Terceira Ponte, pelos manifestantes, só ocorrerá caso o número de participantes do protesto justifique a interdição da via. O secretário garantiu que a Polícia Militar estará nas ruas para garantir a ordem durante a manifestação. Ele, no entanto, não divulgou o número de policiais que vai acompanhar o ato por questão de segurança.
Ônibus garantido
Uma das grande preocupações da população, ao saber da realização dos protestos desta sexta-feira, é sobre a possibilidade de paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus da Grande Vitória. No entanto, o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Espírito Santo (Sindirodoviários-ES), Carlos Roberto Louzada, o Maguila, garantiu que a categoria trabalhará normalmente durante todo o dia.
"Apoiamos a manifestação, mas os motoristas e cobradores vão trabalhar normalmente nesta sexta-feira. Não haverá paralisação dos ônibus. A orientação do sindicato é para que todos saiam das garagens no horário de sempre", garantiu Maguila.
Já a Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV) informou que o itinerário das linhas está mantido para esta sexta-feira e que os motoristas dos coletivos seguirão as orientações das autoridades de trânsito, no caso de haver desvio de percurso.
Expediente
Por conta das manifestações previstas para acontecer na manhã desta sexta-feira, alguns órgãos públicos decidiram suspender seu expediente durante o dia ou transferi-lo para a tarde, quando a situação em Vitória e Vila Velha já deverá estar normalizada.
A Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) informou que suspenderá o expediente durante o dia. A suspensão do funcionamento da Casa ocorreu por meio da Portaria 837/2016, publicada no Diário do Poder Legislativo (DPL) desta quinta-feira (14).
De acordo com a portaria, o motivo é a manifestação pública anunciada para o dia, considerando o número de pessoas e a proximidade do Poder com os locais de concentração de manifestantes, bem como a possibilidade de interrupção de vias públicas e de problemas com a locomoção.
Ainda segundo a portaria, o dia de trabalho será compensado, em época oportuna, "segundo critérios e responsabilidades das chefias imediatas". Já a Diretoria de Segurança Legislativa manterá a escala de seus servidores, de acordo com as necessidades do Poder.
De ordem do presidente da Assembleia, deputado Theodorico Ferraço (DEM), a portaria traz as assinaturas do diretor-geral da Ales, Paulo Lemos; do secretário de Gestão de Pessoas, Fabiano Burock Freicho; e do diretor de Segurança Legislativa, Luiz Carlos Giubert.
Também por conta do protesto, o Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) informou que suspenderá o expediente na Central de Atendimento Biométrico, na Reta da Penha, e nos cartórios de Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra e Viana.
Já o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) decidiu iniciar seu expediente às 12 horas nas unidades que funcionam pela manhã, na sede do órgão, e em todas as repartições judiciárias subordinadas aos Fóruns de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana.
Entretanto, o TJES ressaltou que magistrados e servidores devem ficar atentos ao site do Tribunal de Justiça e ao perfil do Poder Judiciário nas Redes Sociais, pois pode haver uma nova decisão da Presidência do TJES, alterando ou não o expediente na parte da tarde desta sexta-feira.
As prefeituras de Vitória e Vila Velha informaram que funcionarão normalmente na sexta-feira. Na capital, desde dezembro o expediente administrativo da prefeitura é das 12 às 19 horas.
Já as aulas nas escolas municipais de Vitória poderão ser suspensas, caso haja dificuldade para estudantes e funcionários chegarem aos locais. Segundo a Secretaria Municipal de Educação de Vitória (Seme), as unidades que precisarem suspender as aulas serão orientadas a repor o calendário escolar.
O Governo do Estado e o Ministério Público Estadual (MPES) informaram que, até o momento, manterão seus expedientes normalmente.
Empresas fechadas
Durante os protestos desta sexta-feira, empresas representadas por 45 instituições, entre sindicatos e associações, podem não abrir as portas durante quase toda a manhã. Os sindicatos patronais que prometeram aderir à manifestação estão orientando as companhias a liberarem seus funcionários, para que eles participem do ato.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Madeiras e Atividades Correlatas do Espírito Santo (Sindmadeira), José Leonidas Ribeiro, a orientação do sindicato às empresas ligadas à entidade é de que não funcionem das 7 às 10 horas.
"Cada estabelecimento tem autonomia para decidir se vai aderir à paralisação ou não. Mas nós do sindicato estamos aconselhando a não abrirem nesse período, para fortalecer o movimento", destacou.
Quem também está orientando pelo não funcionamento dos estabelecimentos na sexta-feira é a Associação dos Comerciantes da Glória (Uniglória). Segundo o presidente da instituição, Márcio Ambrósio, cerca de 1,2 mil lojas da região foram aconselhadas a não funcionarem das 9 às 11 horas.
"Estamos pedindo para que os logistas vistam verde e amarelo e participem dessa manifestação. Mas é claro que cada estabelecimento vai decidir se vai aderir ou não ao movimento", ressaltou.
A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES) informaram que, até o momento, não têm uma orientação específica para seus associados, ficando a critério de cada empresa decidir pelo seu funcionamento ou não.
