Política

Grupo brasileiro ligado ao EI iniciou treino de tiros e tentou comprar fuzil no Paraguai, diz ministro

Alexandre de Moraes informou hoje que o bando jurou fidelidade a terroristas pela internet. A prisão ocorre a 15 dias do início das Olimpíadas do Rio de Janeiro, que vai de 5 a 21 de agosto

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, comentou sobre a prisão de grupo terrorista ligado ao Estado Islâmico. Foto: Agência Brasil

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que os brasileiros presos nesta quinta-feira (21) pela PF (Polícia Federal) após pedido da Justiça Federal do Paraná, por ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico, iniciaram treinamentos em artes marciais, manuseio de munições e começariam a estudar estratégias para atirar.

A prisão da quadrilha ocorre a 15 dias do início das Olimpíadas do Rio de Janeiro, que vai de 5 a 21 de agosto. Moraes informou também que o bando tentou comprar um fuzil no Paraguai.

— Uma ordem entre eles é para que se iniciassem treinamentos de artes marciais, munição, armamento, tiro, para que pudessem realizar algum ato específico que não tinha sido, até então, direcionado. Um deles entrou em contato com um site de armas clandestinas no Paraguai, solicitando a compra de um fuzil AK 47 para a realização de uma operação. Foi o momento crucial [da prisão], que mostra o ato preparatório.

Moraes tranquilizou a população e informou que "não há informação que ele tenha conseguido adquirir esse fuzil". O ministro disse ainda que o único contato que o grupo teve com o Estado Islâmico foi virtual — nada pessoal.

— Até o momento, foi o único contato que alguns deles tiveram com o Estado Islãmico, o batismo. Não houve planejamento, financiamento, é um contato via internet. Eles nem saíram do País para nenhum contato pessoal, mas a partir desse juramento ao Estado Islâmico e alguns atos preparatórios mais específicos começaram a ser realizados.

Moraes disse que determinou a perícia imediata dos computadores e celulares apreendidos, "exatamente para verificar se há mais ramificações ou não".

— Não acredito que exista essa possibilidade porque estão sendo monitorados há algum tempo.

Comemoração

O ministro informou ainda que a "troca de mensagens, lamentavelmente, mostra a degradação dessas pessoas comemorando os atentados em Orlando, em Nice, ou seja, comemorando os atentados e comentando o atentado anterior que aconteceu na França, postando as execuções que aconteceram pelo Estado Islâmico".

O Brasil não é um alvo em potencial do Estado Islâmico, mas passou a ser monitorado pelos simpatizantes do terrorismo, segudo o ministro, porque vai receber as Olimpíadas 2016.

— Eles partiram não só para para atos preparatórios, mas também para o agravamento do discurso. Num determinado momento, após esses atos preparatórios, após terem afirmado que o Brasil não fazia partre da coalizão com o Estado Islâmico, mas, em virtude da proximidade das Olimpíadas, como ia receber vários estrangeiros, aí o Brasil estaria dentro do alvo dessas pessoas. Não houve um alvo específico.

Nesta quinta-feira (21), a Justiça Federal do Paraná expediu 12 mandados de prisão temporária de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias. Até agora, dez pessoas foram presas em dez Estados. O chefe do bando ficava em Curitiba (PR).

Fonte: R7

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