Política

Mulheres vão disputar 18 prefeituras no Espírito Santo

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que os partidos políticos no Espírito Santo cumpriram minimamente a cota de gênero, que estabelece, pelo menos, 30% de cada sexo

As mulheres ainda são minorias na disputa eleitoral. Foto: ​Divulgação 

Um total de 18 prefeituras no Espírito Santo, das 78 existentes, serão disputadas por mulheres este ano no Espírito Santo. Com isso, elas estarão presentes em 23,07% das disputas. 

Fizeram o registro de candidatura Tia Ana (PMDB), em Águia Branca; Emanuela (PDT), em Alto Rio Novo; Geralda (PSOL) e Sirlene do Cartório (PSC), em Conceição da Barra; Rita (PRB), em Fundão; Vera Costa (PDT) em Guaçuí; Naciene (PP), em Ibiraçu; Norma Ayub (DEM), em Itapemirim; Professora Luiza Liparizi (SD), em Jerônimo Monteiro; Eliana (PTC), em Linhares; Flávia (PSB), em Mimoso do Sul; Iracy Baltar (DEM), em Montanha; Amanda Quinta Rangel (PSDB), em Presidente Kennedy; Olinda (PSDB), em Rio Bananal; Maria Albertina (PMDB), em Rio Novo do Sul; Joana Rangel (PSC), em Sooretama; Céia Ferreira (SD), em São Gabriel da Palha; Nina (PDT), em Viana e a Professora Liu Katrini (PSOL), em Vila Velha.

As mulheres são minoria na Política, apesar de representarem 52% do eleitorado. Matéria do Folha Vitória do dia 10 de agosto informa que mesmo concentrando 40,9% dos eleitores do Espírito Santo, a Grande Vitória (representada pelos principais municípios, Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica) só terá a candidata Liu Katrini ao Executivo.

"Essa baixa participação tem a ver com diversos fatores e um deles é a questão cultural do povo brasileiro. Temos baixo envolvimento político, não nos envolvendo diretamente com essas questões, pois vemos a política como algo sujo, em que muita coisa ruim acontece, e não a olhamos como algo que pode resolver grande parte dos problemas da cidade", analisa o cientista social Joilton Rosa.

O especialista também 'alfinetou' a interpretação do artigo 10 da Lei das Eleições (9.504/97), que estabelece que "cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo”. "As pessoas fazem confusão com a Legislação, que não especifica que mulher tem de ser a minoria das candidaturas". 

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os partidos políticos no Espírito Santo cumpriram minimamente a cota de gênero. Dos 10.218 candidatos ao Executivo e ao Legislativo, 3.160 (31%) são mulheres.

"No primeiro mandato em que concorri, nunca tinha havido mulher candidata à prefeitura em Ibiraçu. Então havia toda aquela preocupação se uma mulher conseguiria dar conta do recado", comentou Naciene. Segundo ela, muitas representantes do time feminino deixam de entrar na política não por falta de interesse, mas pelas tarefas do cotidiano. "Não é que ela não quer, mas sim porque tem tarefas na vida pessoal e aí entram as dicussões em torno de um novo papel".

Maria Albertina, que foi a primeira vereadora mulher eleita em Rio Novo do Sul, disse ter percebido na época um pouco de preconceito. "A gente sabe que ainda existem pessoas que acham que mulher não sabe administrar. Quando fui candidata pela primeira vez, por exemplo, fui muito mal vista pelos adversários apenas por ser mulher e do meio rural", afirmou. Na visão da peemedebista, a mulher tem uma preocupação maior com a sua imagem e também com a cobrança que irá receber. "Há ainda família, filhos pequenos, marido e outras coisas que podem prender uma futura candidata".

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