Política

Candidatos a prefeito priorizam propostas, mas trocam farpas em debate da Rede Vitória

Amaro Neto e Luciano Rezende priorizaram as propostas para a cidade no debate promovido pela Rede Vitória na noite desta quarta-feira. Mas nem por isso deixaram a troca de farpas de lado

Amaro e Luciano debateram durante pouco mais de 1h Foto: Everton Nunes

Amaro Neto (SD) e Luciano Rezende (PPS), candidatos a prefeito da capital do Estado, priorizaram as propostas para a cidade no debate promovido pela Rede Vitória na noite desta quarta-feira (26). Mas nem por isso deixaram o enfrentamento, por meio da troca de farpas, de lado.O debate foi o nono - e último - promovido pela Rede Vitória nestas eleições municipais 2016. A transmissão se deu pela TV Vitória, pelo Folha Vitória e pelo facebook do jornal online.

No primeiro bloco, em que foram feitas perguntas dos leitores do Folha Vitória e telespectadores da TV Vitória, Amaro prometeu aumentar o número de médicos, remédios, fazer melhor gestão dos medicamentos e promover a caravana da saúde para levar atenção às crianças, gestantes e idosos. Além de humanizar o atendimento e implementar a marcação de consultas por telefone, internet e aplicativos para celular.

Sob críticas do adversário, Luciano Rezende ficou mais na defensiva neste primeiro momento. O prefeito citou que promoveu diversos concursos para médicos, que dispõe atenção absoluta para os servidores da prefeitura e que, para melhorar a gestão e promover economia, cortou 200 cargos comissionados e montou um secretariado estritamente técnico. Também afirmou que a prefeitura de Vitória foi uma das que mais conseguiu economizar gastos no Brasil e prometeu, em resposta a uma pergunta relacionada ao pó preto, aumentar o controle dos mecanismos que controlam poluentes e fiscalização rigorosa das empresas poluidoras da capital.

No bloco sobre saúde, Luciano perguntou quais eram os planos de Amaro para a saúde bucal. O deputado respondeu que pretende melhorar a gestão da área e acusou Luciano de nunca ter se reunido com o Conselho Regional de Odontologia (CRO-ES). "O senhor fala que ampliou a questão da saúde bucal, mas não é verdade", provocou Amaro. 

Em seguida, o deputado estadual quis saber por que a população da cidade que depende da saúde pública enfrenta longas filas. "As filas têm relação às vezes com atendimento especializado que é função do Estado e do governo federal", disse o prefeito, emendando que Amaro desconhece o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Na pergunta sobre serviço de atendimento a dependentes de crack, Luciano disse ao oponente que o serviço está na ativa. "O serviço de consultório de rua funciona plenamente", afirmou Luciano, que acrescentou que Vitória seria a única capital brasileira que conseguiu reduzir o número de dependentes da droga.

No bloco sobre educação, Amaro acusou a prefeitura de não ter concluído as obras de três unidades de ensino, de ter tirado o tempo integral e de entregar uma merenda com baixa qualidade aos alunos, além de receber, segundo ele, muitas reclamações de mães em relação à falta de uniformes e dos filhos chegando em casa mais cedo por conta da falta de professores.

"O senhor tá dando uma merenda mequetrefe", disse o deputado. Em respostas às acusações, Luciano Rezende disse que a escola de Inhnaguetá será concluída nos próximos dias e que a prefeitura tem um sistema de merenda exemplar. Disse ainda que Vitória foi pioneira no Estado na implementação de escola em tempo integral e que construiu quatro centros infantis e executou 18 grandes reformas. "O senhor não vai conseguir governar a cidade com ripa", ironizou o prefeito. 

Ao final do bloco sobre educação, Amaro disse que Luciano precisava admitir a cidade que não a mudou, mas a enrolou. Que deveria jogar limpo com a capital. "Passou quatro anos e não fez nada pra nossa cidade", disse Amaro, afirmando que creches não foram construídas, que escolas não saíram do tapume e que Luciano "barbeirou" na área econômica e não teve capacidade para fazer a cidade se desenvolver economicamente".

No último bloco de confronto direto, a taxa de marinha protagonizou o debate. Luciano Rezende questionou Amaro Neto sobre o que era laudêmio e o deputado respondeu que ele, em sua opinião, deveria acabar. Luciano insistiu que a pergunta era sobre o que era laudêmio e não o que Amaro ia fazer. Entretanto, o deputado afirmou que não vê movimentação de Luciano Rezende para combater a taxa de marinha e que o candidato do PPS apenas "pega carona" no trabalho da bancada capixaba, como Lelo Coimbra (PMDB) e Ricardo Ferraço (PSDB).

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Posteriormente a fábrica de ideias ganhou a discussão. Segundo Amaro, o prefeito entregou a obra de mais de R$ 30 milhões ao Ifes e questionou o porquê do prefeito não ter aceito o desafio de irem juntos ao local para averiguar seu funcionamento. "O senhor não vai resolver [os problemas da cidade] com duelo ao amanhecer do dia. Não é proposta que uma pessoa preparada, responsável, aceite", ironizou Rezende. Segundo o candidato à reeleição, a Fábrica de Ideias funciona perfeitamente, agora com gestão integrada do Ifes e da Findes. 

Movimentação antes e depois do debate

A movimentação de cabos eleitorais foi intensa durante todo o debate. Ainda antes do início do evento, que começou às 19h15,  pessoas já se reuniram em frente à sede da Rede Vitória, no Centro da capital, com bandeiras, adesivos e carros de som em favor de Amaro Neto e Luciano Rezende.  Carros buzinavam em apoio às turmas dos seus candidatos e os jingles de campanha não paravam de tocar, sendo acompanhados pelos militantes.

Depois do debate, já na saída do prédio, Amaro Neto foi carregado pelos militantes e cantou seu principal jingle em cima de um trio elétrico. Já Luciano foi cortejado pelos cabos eleitorais, que portavam grandes bandeiras, até entrar em seu carro.

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