Política

Prefeito de Colatina fala sobre dificuldades do mandato e demonstra confiança

O prefeito Sérgio Meneguelli (PMDB) identifica gargalos na administração da cidade e aprova medidas de austeridade para lidar com a crise e a lama que tomou o Rio Doce

Prefeito chamou atenção por ir à posse de bicicleta e pretende investir em mobilidade urbana Foto: Divulgação

Sob comando do novo prefeito Sérgio Meneguelli (PMDB), a cidade de Colatina tem pelo menos três grandes desafios: se recuperar completamente dos efeitos provocados pela passagem da lama oriunda da barragem da Samarco, vencer a crise econômica que assola boa parte dos municípios do país e se defender da atual epidemia de febre amarela.
Nos primeiros 30 dias de mandato, o prefeito já tomou medidas de austeridade e critica publicamente medidas tomadas pelo gestor anterior. 

Entretanto, em entrevista ao Folha Vitória, demonstra otimismo ao dizer que conseguirá entregar projetos à cidade na medida em que economiza e cobra unidade e competência da equipe que escolheu para compor a administração pública de Colatina. Confira:

Quais as principais medidas já foram tomadas pelo Executivo nestes primeiros 30 dias de governo?

São várias. Estou descascando abacaxi com gilete. Já estamos dando sequência a algumas coisas da outra gestão e já demos ordem de serviço para a reforma de uma escola. A primeira ordem de serviço nossa foi para Vista Limpa, o bairro mais carente em termos de infraestrutura. O bairro não tinha sequer uma rua calçada. Estamos até mesmo como voluntários, aos fins de semana, recuperando os canteiros que estavam todos secos devido ao abandono e à crise hídrica. Estamos mudando o modo de limpar a cidade e isso é gratificante porque as pessoas têm dito que estão sentindo que Colatina está mudando, que está ficando limpa. Grande preocupação também foi o interior, por causa das estradas. Por isso, já estamos patrolando toda a rota que faz o transporte escolar em razão do início do ano letivo. A gente está sentindo que realmente estamos fazendo muito com pouco.

Como estão as finanças da cidade?

Realmente apertadas. Foi uma grande decepção que eu tive, pois o gestor passado deixou acumular férias de comissionados. Tem pessoas com mais de dois anos, todas querendo, e ele não deixou tirar férias. Estou muito preocupado com a folha de pagamento e quero pagar em dia, por isso estou economizando até uma gota d'água para poder fazer efeito conjunto de economias para que a gente possa, neste momento, cumprir os compromisso e começar a investir em algo, porque é muita coisa para fazer nessa cidade.

Você sempre esteve no Legislativo. Já percebeu muita diferença, agora que é prefeito?

É uma diferença muito grande, apesar de eu já saber dessas funções. Contudo, quando você realmente chega, vê que a demanda é bem maior. Hoje sinto que ser vereador é como passar férias em Ibiza e ser prefeito é como passar férias com enxada na mão [risos]. Mas tá bom, Deus dá o frio conforme o cobertor e tenho fé que vamos fazer uma boa administração. Não vamos decepcionar porque nós temos vontade, determinação e coragem para mudar.

Quais planos do seu governo pretende pôr em prática neste ano de 2017?

Muitos. Estou dando atenção aos servidores, evitando desvio de função, acabando com privilégio. Não adianta eu inaugurar uma praça linda e maravilhosa se a minha equipe não tiver credibilidade. Quero essa equipe trabalhando com um só pensamento. Quero também a revitalização, principalmente do Centro da Cidade. Para atrair algo para a cidade, preciso estar preparado para receber. Uma coisa que acho que vai mudar muito e as pessoas vão ver é a inauguração das ciclovias ligando o Centro aos outros bairros. Se Deus quiser conseguimos entregar antes de agosto, na próxima festa de Colatina. Um dos grandes problemas da cidade hoje é a mobilidade urbana. Realmente vai fazer diferença porque as pessoas não vão usar só para pedalar, mas como instrumento de transporte.

Como está atualmente a situação de Colatina em relação à febre amarela?

Apesar de ser muito preocupante devido à proximidade geográfica que nós temos com Minas Gerais, estou tranquilo, pois estamos fazendo o dever certinho. A população está sendo vacinada, tivemos preocupação de começar com a área onde foi comprovada a febre amarela nos primeiros animais. Estou mais despreocupado porque a vacina garante. Em relação à população, só não vai se vacinar quem não quiser. Já vacinamos grande parte da população.

E a lama da Samarco, como a prefeitura tem lidado com o problema?

Estamos seguindo  o consórcio firmado com o governo e estamos cobrando realmente os nosso direitos, já tem coisas avançadas. Um exemplo é o campo do estádio de futebol, que não tem atividade há mais de um ano. Eles destruíram por causa do abastecimento - onde ficaram os carros-pipa - e estão recuperando de forma mais moderna. Estamos acompanhando as negociações deles com as pessoas que entraram na Justiça e já temos informação que das quase 20 mil ações de Colatina, 4 mil já foram resolvidas. Então acho que depois da tempestade não é a bonança, porque tem sequela, mas já está vindo a normalidade. E agora nós vamos fazer do limão da Samarco uma limonada.

Qual a opinião do senhor acerca da divulgação mais especial de Colatina no jornal on-line Folha Vitória a partir desta segunda-feira?

É importantíssimo. Acho que é um presente. Colatina é uma cidade de porte médio, sendo polo de uma região. Realmente fico feliz não só como gestor, mas também como cidadão colatinense que ama essa cidade por receber mais esse reforço da comunicação, da imprensa, ainda mais com a credibilidade que tem o Folha Vitória. Um presente que Colatina já ganhou no início de 2017.

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