Política

Delator afirma que PT-ES recebeu R$ 200 mil de propina em forma de doação oficial

De acordo com os dados do TSE, a JBS foi a maior doadora do PT-ES nas eleições de 2014. Do total de R$ 1,080 milhão arrecadado pelo partido, R$ 739, 23 foram doados pela empresa

Ricardo Saud confirmou repasse de R$ 200 mil como "propina dissimulada como doação oficial" em 2014. Foto: Divulgação

O diretor de relações institucionais e governo da J&F Investimentos, empresa pertencente ao grupo JBS, Ricardo Saud, confirmou em delação premiada ao Ministério Público Federal (MPF) que o Partido dos Trabalhadores (PT) do Espírito Santo recebeu R$ 200 mil em "propina dissimulada como doação oficial" durante as eleições de 2014.

O valor foi recebido pelo diretório estadual no dia 17 de outubro de 2014 e consta na prestação de contas da silga no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo o presidente do partido e candidato ao senado pelo partido nas eleições de 2014, João Coser, todo o dinheiro recebido pelo PT foi oficial, declarado.

"Nós recebemos uma doação na conta do partido, dinheiro oficial de campanha, através de transferência eletrônica. Não acho que isso vá repercutir junto ao PT-ES porque nós não captamos recursos juntos a JBS", disse Coser que garante que nunca se reuniu com ninguém da empresa.

Além dele, o candidato ao governo pelo partido em 2014, Roberto Carlos, foi questionado sobre os valores. Ele, no entanto, explicou de uma maneira diferente sobre como o valor chegou a sigla.

"Os recursos que recebemos vieram da executiva nacional e o que veio para a nossa campanha não veio em espécie, entrou como material: bandeira, broche, cédula, adesivo, tudo isso em material conjunto com com o de campanha da Dilma. Mas posso garantir que não recebi nada ilegal, estou com a consciência tranquila", frisou.

Maior doadora

De acordo com os dados do TSE, a JBS foi a maior doadora do PT estadual nas eleições de 2014. Do total de R$ 1,080 milhão arrecadado pelo partido, R$ 739, 23 foram doados pela empresa. As doações foram feitas em cinco datas diferentes. Na delação, apenas essa foi tratada como irregular.

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