Abr 2021
25
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Como tudo começou

A produção de uvas no Brasil, em especial no ES, vem crescendo em função da necessidade e incentivo à produção de vinho. A história de hoje começou em 2006, quando três amigos decidiram se juntar para produzir um lote de 100 garrafas de vinho para consumo próprio em Santa Teresa, em uma altura média de 600 metros.

“Tudo começou com uma brincadeira e hoje vemos o potencial desta atividade em nossa região”, comenta Vinicius Corbellini, que é um dos três sócios da Vinícola Tabocas. Mesmo com tom de brincadeira, havia uma estratégia muito boa nessa união. Vinícius cursou administração de empresas e fez especialização em Viticultura pelo Instituto Duca Degli Abruzzi na Itália. O produtor rural Divanir é técnico em contabilidade e o Sandro Salvador é  engenheiro agrônomo.

Após perceberem o potencial, a tecnologia ajudou os produtores no momento de decisão final. Foi através de um levantamento de dados climáticos dos últimos 10 anos e da análise do perfil médio do solo, em parceria com a Embrapa Uva e Vinho, que eles conseguiram ter validação por laudo que a região deles tinha clima propício para a produção de vinhos finos.

O vinho hoje leva o mesmo nome da comunidade onde está localizado, Vale do Tabocas. E essa região é a responsável pelo Terroir, uma palavra francesa, sem tradução, que significa um encontro perfeito do solo com o clima.

No caso dessa região, alguns fatos contribuem a favor, especialmente a boa amplitude térmica da região,  que é superior a 20ºC entre o dia e noite (mínimas abaixo dos 10ºC e máximas que podem ficar acima dos 30ºC). A ausência de chuvas no período da colheita é outro fator importante, propiciando boa sanidade para as plantas e alta concentração de açúcar nas uvas.

“Estamos em uma região totalmente fora do mapa vitícola nacional, que sempre enfrentou grandes desafios para obter uvas de qualidade ideal. Jamais alguém citaria o Espírito Santo até conhecer este vinho, como um terroir de qualidade”, comenta Vinicius.

Produção

Contando com menos de 0,5 hectare de vinhas de Cabernet Sauvignon, o vinhedo de Tabocas exigiu uma série de medidas especiais para ser bem sucedido. A primeira e mais importante delas foi a realização da “poda invertida”, ou seja, a produção de suas uvas se dá no inverno local (agosto/setembro) e não no final do verão (fevereiro/março).

Desse modo, o período da colheita das uvas ocorre na estação mais seca do ano, proporcionando uvas mais sadias e concentradas, perfeitas para vinhos de qualidade superior.

Os sócios afirmaram que não apenas eles tem pensado em uvas de qualidade na Região Serrana do Espírito Santo, mas que percebem que ainda é preciso divulgar mais o vinho capixaba, para que o mercado nacional possa conhecer e apreciar a bebida produzida neste estado.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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