Afinal, o que significa projetar para circular? E porque você deveria se importar

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Ditte Vind, da The Circular Way, questiona em como podemos alcançar um futuro próspero para nossa população em crescimento global e para nosso planeta. Eu escolho acreditar que podemos! E que, se quisermos chegar lá, o design e, em particular, o design para circularidade desempenha um papel vital.

Talvez você tenha notado que a IKEA, Adidas, Blackrock e muitas outras empresas globais anunciaram suas intenções de adaptar seus negócios à economia circular. E talvez isso o tenha feito pensar

• O que diabos a economia circular realmente é?
• Por que seria uma ótima ideia para marcas, sociedades e consumidores?
• E como o design é um catalisador essencial para um futuro em que os resíduos são substituídos por uma estética, qualidade e crescimento sustentáveis?

Para a autora, a resposta é que, em última análise, o design tem a ver com mudar o mundo para melhor e a economia circular é uma ótima ferramenta para permitir que o design e os designers façam exatamente isso: Mudar o mundo para melhor. E realmente precisamos disso porque os negócios e a sociedade estão sob grande aflição (de novo) atualmente, com um crescimento global negativo projetado de -4,9 em 2020 e o FMI chamando-a de “uma crise como nenhuma outra”.

O vírus corona trouxe um grande novo tipo de desafio global para a mesa, mas localmente, os desastres naturais trouxeram uma interrupção rápida e imprevista tanto na oferta quanto na demanda por um bom tempo – porque nosso planeta está em crise e as mudanças climáticas estão acontecendo um ritmo rápido.

Podemos projetar um mundo próspero para as pessoas e para o planeta?

Imagine sapatos feitos de resíduos de plástico e fios retirados dos oceanos da Terra; T-shirts em poliéster reciclado; Casas construídas com jornais velhos e rolhas de champanhe; E produtos como lâmpadas e roupas de bebê que criam valor para muitos clientes por meio de serviços, em vez de serem vendidos para um consumidor individual e, eventualmente, descartados. Estes são apenas alguns exemplos de como o design para circular está atualmente mudando nossos padrões de consumo. Uma transformação necessária e parte da solução para o desafio da população em rápido crescimento do globo que consome e esgota seus recursos cada vez menores.

A capacidade criativa dos projetistas de pensar em materiais, métodos, setores e profissões tradicionais e, ao mesmo tempo, produzir produtos atraentes pode gerar mudanças globais impactantes. Não se trata apenas de simplificar os produtos existentes ou de criar benefícios adicionais sustentáveis. Em vez disso, trata-se de redesenhar produtos e modelos de negócios a partir da base para que o crescimento e o consumo nas famílias, empresas e sociedades possam continuar, sem incluir o uso de novos recursos ou materiais e sem comprometer a estética ou a qualidade. Dessa forma, as marcas estabelecidas e os startups têm muito a ganhar com a economia circular. Principalmente a capacidade de criar os produtos e o futuro de que precisamos, e conclui que, esse é o verdadeiro jogo final da economia circular.

Assim, projetar para a circularidade é fundamental, até porque, na economia linear, a quantidade de resíduos gerados per capita é geralmente determinada pelo desenvolvimento econômico, níveis de renda e grau de urbanização.
A economia circular essencialmente dissocia o crescimento do desperdício e o uso de novos recursos e materiais, estendendo o ciclo de vida dos recursos em uso e colocando-os em circulação. A essência é que o produto ou material é projetado para criar valor por meio de sua circulação.

Veja as roupas como exemplo: revendê-las por meio de plataformas online e brechós são formas usuais de prolongar o ciclo de vida. Mas também é apenas um tipo de controle de danos – extraímos o máximo de um produto com falhas de design. Até começarmos a projetar roupas de qualidade duradoura desde o início, não estamos mudando muito. Em um modelo circular real, os produtos são feitos para durar o máximo possível, de forma que seja possível separar e reutilizar os diferentes materiais repetidamente. Assim, não se trata mais de produzir e vender o maior número possível de produtos, mas de produzir da melhor qualidade possível, para que o produto possa ser mantido em circulação e alugado o maior tempo possível.

Por que é uma boa ideia?

Com uma classe média global em constante crescimento e uma população global em crescimento, a Terra abrigará 9,7 bilhões de pessoas até o ano de 2050. Como consequência natural, a demanda por bens de consumo diários, habitação e transporte aumentará exponencialmente – exigindo recursos materiais que nós simplesmente não teremos. Ao mesmo tempo, já enfrentamos enormes desafios climáticos e ambientais que se agravarão se continuarmos a produzir e consumir como fazemos. As gerações futuras e os países em desenvolvimento devem pagar o alto preço por nossos erros?

Não! Em vez disso, precisamos rever fundamentalmente nossos padrões de consumo e produção – e passar de uma economia linear para uma circular. Precisamos adotar um sistema econômico em que recursos e produtos sejam colocados em circulação, em vez de descartados e desperdiçados.

Não se trata apenas de fazer o bem. Se conseguirmos inovar e transformar nossa economia para ser circular – e, portanto, escalável – haverá ganhos econômicos massivos.

Como mencionado inicialmente, acredita-se ser possível projetar um futuro próspero para todos, mas não será fácil e será preciso garantir bons produtos sustentáveis para todos, sem comprometer a qualidade, o custo ou a estética. Será fundamental mitigar as mudanças climáticas enquanto se atende à demanda global, desacoplando o crescimento do consumo de materiais – e gerar ganhos financeiros com isso.

Fonte: https://thecircularway.substack.com/

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