A Economia Circular e as borboletas

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Compartilho essa excelente publicação da colega Elvira Jiménez Navarro, grande entusiasta da Economia Circular.

A economia circular tem, dentro de seus princípios fundamentais, que os recursos e materiais fluam no sistema de tal forma que permaneçam em seu valor máximo pelo maior tempo possível e que não se tornem resíduos. 

Mas cada material tem sua própria natureza física e os processos de escoamento não são os mesmos para um recurso biológico (como algodão, madeira ou alimentos) do que para um técnico (entendido como tal material extraído da natureza e que foi manuseado em de, tal forma que não possa ser devolvido a ele, como vidro, metais ou plásticos).

 É fácil imaginar o que acontece com uma maçã se ela não for comida e os organismos forem deixados para fazer sua parte. E também é fácil imaginar que o que acontece com a maçã não acontecerá com uma lata, uma garrafa ou uma bicicleta. 

Por esta razão temos que ter em conta que existem dois ciclos diferenciados: o ciclo biológico e o ciclo técnico.  

 

Esses dois ciclos separados estão dentro de um sistema onde materiais e recursos são extraídos para fazer os produtos que serão utilizados, formando um eixo principal de fluxo. E é aqui que conectamos os ciclos anteriores com este eixo e aparece a forma da borboleta. Suas asas são o ciclo biológico e o ciclo técnico e seu corpo é o fluxo de produtos e serviços

 

Combinando os ciclos dos materiais com o fluxo principal do sistema, obtemos um diagrama que integra todo o fluxo de materiais e recursos. No modelo linear predominante, o fluxo principal vai da extração à eliminação e o fluxo minoritário é o fluxo de recursos incorporados aos ciclos para retornar ao sistema.

E assim como nas borboletas reais, onde as asas são a parte maior e mais majestosa de seus corpos, na economia circular o foco está em tornar esses ciclos os mais amplos, lentos e limpos possíveis. 

Para que os materiais circulem o maior tempo possível e permaneçam no sistema, evitando assim a extração de mais materiais virgens e a geração de resíduos que acabam incinerados ou aterrados.

Com minha visão de biólogo, acrescento uma analogia, pois, como na borboleta, em que as antenas e pernas são as partes finas e finas de sua morfologia, a extração de recursos virgens (as antenas) e as pernas (resíduos) devem ser os menores fluxos de material.

 

 

A Fundação Ellen MacArthur chama esse diagrama de “diagrama de borboleta” devido a sua forma como esses insetos. A economia circular foca-se na carroçaria e nas asas, para que os materiais fluam o maior tempo possível e a extração e eliminação de resíduos seja minimizada.

É importante destacar que os fluxos de materiais dos ciclos biológicos e técnicos não são puros. Ou seja, há muitos produtos em que podemos encontrar uma mistura de materiais (por exemplo, calças de algodão com fecho e botões de metal, ou um recipiente de leite em que se misturam cartão, plástico e alumínio). E dentro do ciclo técnico, diferentes materiais são misturados em quase todos os produtos que podemos imaginar.

Assim, voltamos mais uma vez à importância do eco design para repensar e design thinking desde o início que os produtos e materiais têm de conseguir fluir e facilitar estes processos, tornando os produtos reparáveis ​​e fáceis de desmontar quando têm de ser recuperados.

A analogia da borboleta e do fluxo de recursos na economia circular vem da Ellen MacArthur Foundation, cujo conceito e visualização do “diagrama de borboleta” se tornou uma ideia e recurso básico na introdução à economia circular.

Fonte: https://www.hablandoencirculos.es/2022/06/23/la-economia-circular-y-las-mariposas/

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