Desenvolvido inicialmente em 1986 pelos editores da revista The Economist, o Índice Big Mac utiliza o hambúrguer carro-chefe do McDonald’s para avaliar a capacidade de consumo e o valor da moeda dos cidadãos de um determinado país em comparação com outros. Em suma, esse é um dos indicadores que avaliam a paridade do poder de compra (PPC) entre as nações. Mas, na prática, o que isso significa?
A PPC é uma métrica para avaliar a capacidade de consumo de moradores de diversos lugares do mundo, considerando uma cesta comum de bens. Contudo, ao comparar a alimentação ao redor do planeta, é difícil encontrar um ponto de convergência. Por isso, o Big Mac é utilizado como referência, visto que o McDonald ‘s foi e ainda é uma das principais redes de alimentação que se espalha pelo globo.
Com isso, é possível comparar quais os países em que a população possui maior poder de compra ou o menor custo de vida. Para efetuar esse cálculo, algumas instituições que mensuram a PPC, como o Banco Mundial, consideram variáveis como a taxa de câmbio, o preço dos bens analisados, a renda per capita, o Produto Interno Bruto (PIB) e os índices de inflação.
O Índice Big Mac é calculado dividindo os preços de um Big Mac em países distintos, considerando as suas respectivas taxas de câmbio. Nesse sentido, ao analisar o Índice geral, vê-se que o real brasileiro está cerca de 30% desvalorizado em relação ao dólar americano.
Isso porque um Big Mac custa R$ 21,90 no Brasil e US$ 5,66 nos Estados Unidos. A taxa de câmbio implícita é de US$ 1,00 para R$ 3,87. A diferença entre este e o câmbio atual, de aproximadamente R$ 5,00, sugere que o real está desvalorizado em 22,6%.
Logo, um Big Mac custa 23% menos no Brasil (US$ 4,38) do que nos Estados Unidos (US$ 5,66) a taxas de câmbio atuais. Contudo, ao levar em consideração as diferenças no PIB per capita, o hambúrguer deveria custar cerca de 40% menos em território brasileiro. Dessa forma, esse indicador mostra que, na prática, o custo de vida no Brasil é mais elevado do que o dos americanos.
Por fim, vale ressaltar que esse não é o único indicador alternativo na economia que busca mensurar as diferenças na PPC. Existem também índices que levam em conta o preço de iPods da Apple, cafés da Starbucks ou até mesmo a compra de cuecas entre os consumidores! Mas esses serão assuntos abordados em colunas futuras.
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