DESCOBRINDO O LIBERALISMO

Caro leitor, começo meu artigo fazendo a seguinte pergunta a você: quantos anos você tinha quando ouviu falar sobre liberalismo? Ou sobre alguém no seu círculo de amigos que se considera um liberal? Para a maioria dos leitores desse artigo, acredito que a resposta seja óbvia, e a pergunta até desnecessária, mas para os alunos […]

Por Letissia Schneider

Caro leitor, começo meu artigo fazendo a seguinte pergunta a você: quantos anos você tinha quando ouviu falar sobre liberalismo? Ou sobre alguém no seu círculo de amigos que se considera um liberal?

Para a maioria dos leitores desse artigo, acredito que a resposta seja óbvia, e a pergunta até desnecessária, mas para os alunos do ensino público talvez fosse — e quem sabe ainda seja — algo desconhecido ou não comentado em sala de aula. 

Mas qual seria a importância de aprender e entender o que é liberdade no ensino fundamental e médio? Quais os benefícios e as vantagens de apresentar ao indivíduo em formação os princípios do liberalismo? Existem desvantagens? Se sim, para o indivíduo ou para o estado?   

Vejamos o meu caso: o ano era 2009, eu tinha acabado de entrar no ensino médio. Estudei em um colégio estadual, referência no ensino público. No meu ponto de vista da época, não tinha o que reclamar, visto que os professores eram bons e também lecionavam na Universidade Federal.

Hoje, um fato me chama a atenção: naquela época ninguém comentava ou mencionava o que era liberalismo. Nas discussões sobre política, partidos ou eleições em sala de aula, o que se discutia era a diferença superficial entre capitalismo e socialismo.

Quando o assunto era sobre o capitalismo e socialismo, eu tinha a certeza de que o capitalismo era o motivo pelo qual as pessoas eram pobres, as privatizações eram o fim para as classes mais simples, e o socialismo significava a igualdade entre os cidadãos, o que seria o melhor a toda sociedade. 

Inclusive, eu não era a única pessoa a pensar dessa forma: meus pais, minha irmã e colegas de escola pensavam — e ainda pensam — que essa é a suma verdade e que não existem outros pontos a serem estudados ou analisados; ou que o liberalismo, o livre mercado e o respeito ao indivíduo não passam de utopias inventadas por quem já possui muitas riquezas.

Até pouco tempo atrás eu pensava como eles, e isso não faz tanto tempo. Se eu não tivesse conhecido as ideias de liberdade junto com meu noivo, ainda acharia que o liberalismo era coisa de gente privilegiada. Mas talvez, de fato, entender e conhecer o que é o liberalismo seja um privilégio para poucos, infelizmente. 

Ainda na escola, me recordo claramente de não conhecer colegas que buscavam empreender; todo mundo ali estava atrás de um bom cursinho para passar na “federal” e então conseguir um emprego que trouxesse estabilidade. 

Mas, qual o problema em ter estabilidade? Ao meu ver, nenhum. Mas fico me perguntando, o que seria da nossa geração se nossos antepassados estivessem apenas preocupados com estabilidade. A minha geração estaria fadada ao insucesso?

Na minha opinião, parte dessa escolha entre os jovens daquela época era causada pela escassez de informações que não os impulsionava a pensar fora da caixa. O que se via era, simplesmente, um efeito manada, e pelo qual todos buscavam o sucesso no mesmo lugar.

Como vamos nos tornar uma sociedade livre, se quem nos governa controla o conhecimento dos jovens, enchendo-os de ideologias coletivistas que não respeitam o empreendedorismo, o livre mercado e o individualismo? 

Não vou entrar na questão de que o ensino público no Brasil é deficitário e ideológico (somente para um lado), pois esse não é o objetivo do artigo. Contudo, quero descobrir – junto com você, leitor – o que há de tão errado tem em querer compreender — ou ao menos conhecer — o que é esse tal de liberalismo. Hoje, em pleno século XXI, ele ainda é desconhecido pela grande parte das pessoas.