A REFORMA NÃO VEM

Pelo que parece, não teremos uma reforma tributária tão logo. Não há mais clima político, e agora o foco de nossos representantes eleitos é outro. Enquanto isso, continuamos com as famigeradas loucuras fiscais. Ao menos, em 2022 tem Carnaval, Copa do Mundo e Eleições… Resumindo e repetindo: esqueça, não vamos ter uma reforma tributária. Até […]

Por Marcelo Mendonça

Pelo que parece, não teremos uma reforma tributária tão logo. Não há mais clima político, e agora o foco de nossos representantes eleitos é outro. Enquanto isso, continuamos com as famigeradas loucuras fiscais. Ao menos, em 2022 tem Carnaval, Copa do Mundo e Eleições…

Resumindo e repetindo: esqueça, não vamos ter uma reforma tributária.

Até porque o clima em Brasília já é de verão, ou seja, recesso, festa, fim de ano, férias e preparativos para 2022. Certo, mas quais preparativos? Para as eleições. Ou você acha mesmo que, em pleno ano eleitoral, vão aprovar a péssima proposta tributária que foi apresentada? Inclusive, porque ela – fatalmente – implica em aumento da carga tributária. E o aumento de tributos é uma medida impopular que não traz votos — e é só nisso que a maioria deles pensa.

Enquanto isso, vamos nos conformando em viver com algumas loucuras e estranhezas tributárias como, por exemplo, o “congelamento” do ICMS dos combustíveis. Quando me falam em congelar algum bem ou produto que não seja comida, eu já fico arrepiado de medo. Nunca vi nada do tipo dar certo em termos econômicos. Na verdade, como eu nunca tinha ouvido falar em “congelamento” de tributos, estou até curioso para entender as consequências disso, e espero que sejam boas.

A questão é que isso não é o maior problema do preço dos combustíveis (é evidente que a alta carga tributária tem sua culpa no valor da gasolina), mas sim o monopólio “estatal” exercido pela Petrobrás.

Ainda no campo da problemática dos combustíveis, os caminhoneiros poderão contar com um incentivo/benefício/auxílio para ajudá-los nesse difícil momento. A atividade de transporte rodoviário é essencial? Claro! Assim como várias outras que também vêm sofrendo com a inflação — culpa do lema “a economia a gente vê depois”.

Mas não é através de auxílios que isso tudo vai se resolver, até porque para se ter esse tipo de medida — populista, diga-se de passagem — a arrecadação terá que aumentar… e que venha a tributação!

É sempre assim: “vamos ajudar fulano porque ele é importante”, mas não enxergam que quem se prejudica com isso é “beltrano”. Ou seja, quem é afetado por esse tipo de decisão somos nós, os pagadores de impostos.

Enfim, não teremos reforma alguma. O que fazer? Vamos seguir em frente, como sempre fizemos. Ao menos ano que vem tem Carnaval, Copa do Mundo e Eleição… se isso é bom ou ruim? Não sei, só sei que é sempre assim.