Educação Financeira

Não importa de qual área estamos tratando: se não quiser contar com a sorte, trabalhe sua base. Correto? O brasileiro tenta contar com a sorte em muitas áreas, mas a financeira certamente está no Top 3. Trabalhar na área financeira me fez perceber algumas máximas: ou a pessoa está totalmente endividada; ou está buscando ter […]

Por Luana Nandorf

Não importa de qual área estamos tratando: se não quiser contar com a sorte, trabalhe sua base. Correto?

O brasileiro tenta contar com a sorte em muitas áreas, mas a financeira certamente está no Top 3. Trabalhar na área financeira me fez perceber algumas máximas: ou a pessoa está totalmente endividada; ou está buscando ter ganhos instantâneos e exponenciais em investimentos; quando não os dois juntos. Sabe o que falta na maioria dos casos? Faltam base, equilíbrio e educação financeira.

Educar financeiramente uma população não é ditar onde se deve investir, se ela deve ou não se endividar, ou se preocupar se está gastando muito ou pouco. É, a priori, fornecer conhecimento sobre finanças e ferramentas financeiras para que se lide melhor com as suas emoções no relacionamento com o dinheiro.

Neste ano, o MEC inseriu a educação financeira na pauta do ensino infantil, e acredito que essa ação trará bons frutos no futuro, entretanto, não precisamos esperar que esta geração nos ensine como usar nossos recursos. Compreendo alguém que não tem redes sociais ou que não saiba utilizar o Google (e apenas nesse caso!), e que essas pessoas realmente não têm acesso a informações sobre educação financeira. Mas como explicar que as pessoas que têm tais facilidades não as utilize?

Fornecer essa base já na infância permite que a população cresça mais familiarizada com a ideia de que não devemos terceirizar a gestão da vida financeira e que o dinheiro realmente não aceita desaforo.

Para nós, que aprendemos “na marretada” ou ainda nem aprendemos, vale avaliar os dados divulgados pela CNC em abril deste ano: (1) 67% da população brasileira está endividada; (2) apenas 33% dos brasileiros afirmaram ter o costume de guardar dinheiro de alguma forma, e destes, apenas 18% fazem isso com a quantia que sobra do orçamento. Ou seja, eles não se planejam, é apenas o que sobra!

Tais percentuais demonstram que, apesar do vasto conhecimento, e o fácil acesso à internet hoje, ainda vivemos num país financeiramente analfabeto, e é sim preocupante perceber que a grande parte da população acredita que planejamento é um luxo. Não importa se: o seu investimento será de 50, 100 ou 10 mil reais no fim do mês; se optará por renda fixa ou variável; se preferir viver de dividendos ou como day trader. A questão principal é saber que há etapas antes disso, e deve haver um planejamento que permita não perder todo o seu recurso, uma consciência financeira que forneça embasamento às decisões, e não somente à ganância sem juízo.

Comece estudando, entendendo, se interessando… vá enxugando suas dívidas ou investindo seus 50, 100, 2 milhões de reais… vá pela poupança, pela B3. Só comece! Mas comece com consciência.

Seu bolso, seu futuro e a economia brasileira o agradecem!