Energia Solar como opção de investimento rentável: indicadores relevantes para análise de viabilidade (parte ll)

Anteriormente, conhecemos um pouco sobre o setor fotovoltaico, bem como das oportunidades que ele nos reserva para o futuro. Hoje, nos aprofundaremos um pouco mais no tema, focando nos números que precisamos ficar de olho antes e durante o investimento em uma usina de energia solar para geração própria ou para distribuição de crédito entre […]

Por Rafael Breno

Anteriormente, conhecemos um pouco sobre o setor fotovoltaico, bem como das oportunidades que ele nos reserva para o futuro. Hoje, nos aprofundaremos um pouco mais no tema, focando nos números que precisamos ficar de olho antes e durante o investimento em uma usina de energia solar para geração própria ou para distribuição de crédito entre unidades consumidoras.

O primeiro item da nossa lista é o CAPEX (capital expenditure), ou despesa de capital, que representa o investimento inicial utilizado na produção de outros itens, como materiais de construção ou mesmo os equipamentos para construção de uma usina de energia fotovoltaica. Os principais equipamentos da usina que influenciam no Capex são os módulos e o inversor, os componentes mais importantes de uma usina de geração fotovoltaica. A escolha desses itens deve levar em consideração a qualidade, tempo de garantia, certificações nacionais e internacionais, e, principalmente, a empresa que vendeu e instalou esse material. Pois é dessas empresas que virá o pós-venda e a resolução de problemas ao longo da vida útil de quase 30 anos de um SFV (Sistema fotovoltaico).

Por isso, ressalto aqui a importância da qualidade sempre prevalecer em relação ao preço. Apesar de um baixo Capex ser de extrema importância a um payback razoável, o baixo custo pode impactar diretamente no OPEX (operational expenditure) que, além das despesas operacionais, englobam também os custos de manutenção de equipamentos e de monitoramento da geração. Equipamentos de baixo custo podem apresentar alto índice de degradação, afetando a geração ao longo do tempo, bem como diminuir consideravelmente a lucratividade do sistema.

Visto esses dois pontos, podemos passar agora ao indicador mais importante quando se trata da viabilidade de projetos fotovoltaicos, a saber: o LCOE (Levelized Cost of Energy). Esse é um dos aspectos mais efetivos, dentre os inúmeros utilizados para auxiliar na tomada de decisões como o tipo de módulo, inversores, índice de carregamento do inversor e demais itens inclusos no projeto. Além disso, é também um importante indicador de retorno econômico, o qual revela ao investidor o custo da energia gerada pela usina em questão. O LCOE é calculado a partir da soma do Capex e do Opex, subtraídos do custo residual (valor da usina ao final da vida útil), com resultado dividido pela energia total produzida ao longo da vida útil da usina em kWh. Esse cálculo resulta em um valor em R$/kWh e representa o real valor que será investido para economizar na conta de energia.

Importante ressaltar que, apesar de o LCOE ser um indicador bem assertivo, como dito anteriormente, é importante garantir a confiabilidade dos fabricantes e das empresas envolvidas na venda e na instalação da usina, pois, mesmo apresentando melhor LCOE, a usina pode apresentar mais falhas, ou ter sido vendida por um fornecedor que pode não estar mais no seguimento dentro de alguns anos. O mercado brasileiro de geração distribuída é bem novo, portanto, é de suma importância contar sempre com empresas de confiança para evitar surpresas.

Para finalizar nossa sabatina e provar que o investimento em energia solar é, sim, uma opção rentável para o investidor, no próximo artigo abordarei a comparação entre modelos de investimento convencionais, como a renda fixa, e suas diferenças em relação à construção de uma usina solar, abordando valores e retornos esperados de cada modalidade.