O QUE É TAXA SELIC?

No artigo passado, falamos de forma resumida sobre a inflação e os seus efeitos. Hoje, também vamos tratar sobre um assunto de suma importância, e que se origina de uma política monetária decidida pelo Banco Central para o controle da inflação: a taxa Selic. Para começar, o que é política monetária? Ela nada mais é […]

Por Gabriel Meira

No artigo passado, falamos de forma resumida sobre a inflação e os seus efeitos. Hoje, também vamos tratar sobre um assunto de suma importância, e que se origina de uma política monetária decidida pelo Banco Central para o controle da inflação: a taxa Selic.

Para começar, o que é política monetária? Ela nada mais é do que as ações tomadas pelo Banco Central Brasileiro (BCB), as quais visam afetar o custo do dinheiro (nesse caso, a taxa de juros) e a quantidade de dinheiro em circulação (liquidez) na economia. Dentro da política monetária, o principal instrumento à disposição do BCB é a taxa Selic, que é a taxa básica de juros na economia, e que, por isso, influencia todas as outras taxas de juros do país (empréstimos, financiamentos, aplicações financeiras, etc.). Ou seja, tanto para quem concede um empréstimo quanto para quem realiza uma aplicação financeira, a taxa Selic vai interferir diretamente. Quanto mais alta, pior para o devedor e melhor para o credor.

O nome da taxa vem da sigla Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC). É um sistema administrado pelo Banco Central em que são transacionados títulos públicos federais, mas no qual somente instituições financeiras podem participar. A taxa média diária negociada nesse sistema faz jus à taxa Selic. O objetivo dessa taxa é assegurar a estabilidade econômica e evitar o descontrole de preços (lembra quando falamos da inflação?).

Sendo decidida pelo nosso Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias, ela vem controlando o volume de recursos em circulação. Se temos uma economia pujante e os preços subindo — oferta x demanda — e esses preços tendendo a alcançar nossa meta de inflação, a taxa de juros é elevada, fazendo com que fique mais caro tomar crédito (para todos os participantes do sistema financeiro), desestimulando assim o consumo, e ajudando a controlar os preços. O oposto ocorre em momentos de inflação controlada.

Quando falamos desse sobe e desce da taxa Selic, temos os efeitos sentidos diretamente na economia e no bolso do cidadão. Com a taxa mais baixa, temos um incentivo à retomada da inflação, já que o crédito fica acessível e o sistema tem mais dinheiro em circulação. Quando ela está mais alta, o custo do crédito fica mais alto, e você tende a manter os preços estáveis devido à menor circulação de dinheiro.

Mas não podemos falar de taxa Selic sem falar em CDI. Qual a relação entre eles? O CDI é o Certificado de Depósito Interbancários, ou, mais claramente, os empréstimos que ocorrem entre bancos para fechar o caixa positivo no final do dia. Já que o fechamento de caixa no azul é uma determinação do banco central, os bancos precisam realizar um empréstimo entre eles. Como nenhum dinheiro vem de graça, a taxa de juros cobrada entre as instituições financeiras é chamada de CDI.

Se o empréstimo entre bancos possuir uma taxa maior que a Selic, por que eles deveriam pegar dinheiro entre si e não com o governo? Pois é, nesse sentido que o CDI entra para auxiliar.

Você pode acompanhar o andamento das reuniões de decisão da taxa Selic e entender um pouco mais sobre o funcionamento do Copom aqui.