Publicado em: 24/12/2021 às 08:30:48

José Amarildo Casagrande, de 57 anos é formado em Administração e ocupa o cargo de diretor-presidente do Banestes desde março de 2019. O Banestes é uma sociedade anônima de capital aberto e de economia mista criada em 1937, um banco múltiplo controlado pelo Estado do Espírito Santo e um dos mais importantes agentes de crédito do estado.

Em seus 84 anos de história, o Banestes contribui decisivamente para o desenvolvimento socioeconômico local e compõe, com mais três empresas (Banestes Seguros, Banestes Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários e Banestes Administradora, Corretora de Seguros, Previdência e Capitalização), o Sistema Financeiro Banestes.

O banco oferece um portfólio completo de soluções, produtos e serviços financeiros aos seus clientes e detém a maior rede bancária do estado do Espírito Santo, com 863 pontos de atendimento, sendo o único banco com agências em todos os 78 municípios capixabas.

 

Você foi eleito líder no seu segmento de atuação por votação popular. A que atribui sua vitória? Por que as pessoas o elegeram líder?

Acredito que o grande destaque do Banestes no mercado imobiliário, de meados de 2020 para cá, fez a grande diferença na percepção do público em relação à liderança do banco estadual nesse segmento no Espírito Santo. Tivemos uma evolução muito grande de atuação no mercado, com destaque para a oferta das melhores condições de financiamento imobiliário do Brasil e melhorias que agregaram na agilidade do processo de contratação do crédito. De 2020 para cá, fizemos em um ano o que anteriormente fazíamos em cerca de 10 anos, em volume de operações. Mostramos a força do Banestes, o banco dos capixabas, frente aos outros grandes players. E eu me sinto honrado por receber este reconhecimento. É um grande prestígio.

 

Qual o seu conceito de liderança?

Acredito no conceito de liderança que inspira, mas que também sabe propor desafios. A inspiração vem a partir de feedbacks, de ciclos de decisões e de direcionamentos estratégicos. Em paralelo, é necessário propor desafios para que as equipes evoluam, busquem inovar e aperfeiçoar conhecimentos. Fazemos parte de um mercado em constante modificação e de forte concorrência. E o Banestes se mantém competitivo graças às constantes ações de aperfeiçoamento de seus serviços e inovações.

 

Por que é importante ter uma liderança positiva e como praticá-la?

É importante ter e praticar uma liderança positiva porque é o que motiva as equipes a alcançarem e até ultrapassarem metas, a acreditarem no propósito do negócio, a criarem uma ligação afetiva com a instituição e com o trabalho. O líder é parte fundamental nesse processo. A prática está na presença, no acesso, na participação direta nas ações e no acompanhamento diário.

Na sua avaliação, como é possível encontrar o equilíbrio e desenvolver uma liderança mais humana, capaz de engajar pessoas?

A partir da manutenção do contato, da participação e da acessibilidade na comunicação. No Banestes temos, por exemplo, um canal chamado “Fale com o presidente”, no qual os colaboradores, de todas as áreas e estruturas do SFB, podem enviar mensagens com suas percepções, sugestões, relatos. É uma forma de promover a comunicação com foco no engajamento. Realizamos também, todos os meses, encontros gerais de forma on-line com todos os colaboradores. Toda a diretoria responde perguntas ao vivo e interage com as equipes.

 

Quais comportamentos e habilidades precisam estar mais desenvolvidos no líder?

Acredito que a comunicação clara, eficaz e assertiva é um dos atributos mais importantes. Além disso, organização, presença, empatia, inteligência emocional, escuta ativa, dentre outros.

 

Qual o papel do líder para a garantia da diversidade na companhia?

Principalmente no incentivo a projetos que tenham como foco a cultura da diversidade e da inclusão e também na garantia de que tais critérios façam parte do processo de seleção. No Banestes, temos fomentado iniciativas com foco na diversidade e estamos promovendo, em parceria com o Instituto das Pretas, o projeto Rede Fortalece, uma plataforma de aprendizagem empreendedora aberta, que oferece gratuitamente conteúdo de educação com foco no empreendedorismo, inovação e transformação digital. Com o apoio do instituto, temos desenvolvido iniciativas internamente na instituição, com foco na ampliação do conhecimento e da conscientização em prol da cultura da diversidade e da inclusão.

A quais outras pautas e temas o líder precisa estar atento nos dias atuais?

Estar sempre atualizado sobre as novidades do mercado no qual está inserido e também acompanhar as tendências do mercado em geral. Acredito que outra importante pauta são os processos de inovação, de aplicação de metodologias ágeis, de transformações tecnológicas, que são fatores potencializadores de negócios e de desenvolvimento de equipes. Além disso, estar sempre preocupado também com os fatores socioambientais, com a agenda de ESG.

 

Quais foram seus maiores desafios e conquistas até hoje enquanto líder?

Acredito que toda liderança carrega consigo diversas situações de conquistas, aprendizados, evolução pessoal. Foram diversas as situações que me levaram a desenvolver cada vez mais as habilidades de liderar equipes. Passei por muitos desafios que envolviam grandes metas e iniciativas audaciosas durante minha trajetória profissional no Banco do Brasil, assumindo riscos, liderando projetos ousados, e nestes três anos de atuação na presidência do Banestes não tem sido diferente. As alterações tecnológicas constantes e as transformações e movimentações ousadas dos novos players do mercado demandam olhar estratégico das lideranças, planejamento prévio e ação rápida. Mas acredito que um dos maiores desafios foi todo o contexto de operação das linhas emergenciais em decorrência da pandemia da Covid-19. O Banestes liderou o processo aqui no estado e atuou como o principal banco credor de crédito emergencial. Chegamos ao valor de mais de R$ 744 milhões concedidos em crédito emergencial. Os processos foram criados em tempo recorde, do zero, seguindo todos os parâmetros exigidos pelos reguladores. Tivemos ainda que adaptar a rotina das equipes, nos ajustarmos ao home office. Foi um grande desafio que continua em atenção na nossa gestão.