Com juros baixos ou zerados em países estáveis, o fluxo global de dinheiro — entrada e saída de capital nos países — têm se deslocado para os países emergentes, valorizando os ativos nesses mercados. Veja como o Brasil está desempenhando nesse contexto e quais podem ser as oportunidades para este momento.
Os fundos de ações G.E.M. (Global Emerging Markets), ou seja, de mercados emergentes, já captaram US$ 37 bilhões em 2021, enquanto os fundos globais em geral levantaram US$ 133 bilhões.
Esse fluxo de entrada em mercados emergentes apenas nos dois primeiros meses deste ano correspondeu a 66% do valor registrado em 2017, ano que registrou o recorde de US$ 56 bilhões.
Essa migração de mercados mais consolidados para mercados emergentes se deve à alta liquidez global decorrente de políticas frouxas de Bancos Centrais em todo o mundo.
Afinal, as taxas de juros baixas ou até mesmo negativas nos países mais desenvolvidos geram um maior apetite ao risco dos investidores estrangeiros, que buscam exposição em países emergentes.
Apesar da alta liquidez global e dos juros baixos, o Brasil não tem apresentado o mesmo desempenho verificado na média dos emergentes apontada acima.
O país registrou a saída de R$ 7 bilhões em ações no mês de fevereiro, a saída de R$ 5 bilhões em março e de mais R$ 200 milhões em abril até o momento — justamente o oposto do verificado nos pares.
Há diversos fatores de instabilidade que acabam por afastar os investidores externos do Brasil: preocupações fiscais, a crise sanitária, os contratempos na vacinação, além de tensões políticas. Nesse sentido, sempre que a percepção de risco de um país aumenta, o apetite pelas ações de suas empresas cai.
Contudo, mesmo com a recente queda e os fatores de instabilidade listados, o Ibovespa — principal índice de ações brasileiro — fechou o pregão desta segunda (12) em 118,8 mil pontos, próximo de sua máxima histórica de 125 mil pontos.
Esse patamar tem sido segurado, em especial, pelo investidor local. Isso significa que, caso a situação doméstica melhore diante dos riscos listados, há perspectiva de maior entrada de capital estrangeiro na B3 — uma oportunidade e tanto.
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