Maio 2021
14
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Maio 2021
14
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Mudanças na dinâmica de cuidados com a casa

O varejo direcionado à casa teve uma dinâmica muito interessante a partir da Covid-19. “Notamos um aumento na procura dos nossos serviços desde o segundo e terceiro mês da pandemia em 2020. A Covid-19 trouxe uma necessidade de mudança, os brasileiros que adotaram o home office adquiriram um olhar mais criterioso para dentro de casa e passaram a investir em melhorias em busca de mais conforto e organização”, explica Lorena Abreu, sócia-fundadora do escritório Azabreu Arquitetura.

Assim, muitas empresas focadas neste nicho de mercado passaram a ganhar visibilidade e venderem mais, mesmo em um momento econômico difícil, “com destaque para aquelas focadas em um público de alta renda”, destacou Abreu. Assim, mesmo com os mercados horizontais, ou seja, aqueles que comercializam várias categorias de mercadorias, sendo dominantes nos últimos anos, as plataformas verticais de categorias específicas ganharam visibilidade neste momento devido à sua ampla variedade de produtos especializados e com maior foco na experiência do usuário.

Analisando as pesquisas realizadas no Google ao longo de 2020, podemos ver claramente uma escalada da procura por lojas do setor home & living entre fins de março e maio, que permaneceu estável em um patamar acima da média até agosto, como mostra o gráfico ao lado.

Empresas do setor abriram capital em bolsa na pandemia

Devido ao momento positivo, algumas empresas do setor passaram a abrir capital em bolsa para se capitalizarem e investir ainda mais no negócio. Um dos principais focos dos recursos obtidos foi fazer melhorias em suas estruturas de e-commerce.

A loja online de móveis Mobly (MBLY3) começou a negociar em bolsa em fevereiro deste ano, por meio da venda de mais de 38 milhões de ações na B3, levantando R$ 811,59 milhões. Segundo a empresa, ela possui mais de 925 mil usuários ativos. Além disso, seu balanço do primeiro trimestre de 2021 mostrou um volume bruto de mercadoria vendida de R$ 245,9 milhões, uma alta de +50,7% em relação ao primeiro trimestre de 2020. Sem falar que o Ebitda — lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização — ajustado  veio em R$ R$1,6 milhão, em alta de +348,7% na mesma comparação.

A Tok & Stok, empresa que comercializa ítens domésticos, móveis, dentre outros, chegou a pedir registro para IPO na CVM, mas adiou pela maior volatilidade do mercado. Além disso, a MadeiraMadeira, que vende móveis chegou a mirar um IPO, mas optou por captar R$ 190 milhões em rodada fechada com investidores no início de 2021.

Já a Westwing começou a negociar em bolsa também em fevereiro, com uma operação que movimentou R$ 1,16 bilhão. Suas vendas são compostas em 62% para casa e decoração, 25% para móveis e 13% para estilo de vida. Em 2019, houve um prejuízo de 1,47 milhões no balanço da empresa, revertido para um lucro líquido de R$ 11,70 milhões em 2020. Segundo a empresa, os recursos foram destinados para expandir seu mercado, marketing, tecnologia, investimentos em marca própria e logística.

Ainda, a empresa utiliza um modelo de venda social por meio de redes sociais, sendo que mudanças como esta têm sido cada vez mais uma tendência para realizar vendas. O Instagram, por exemplo, lançou o Instagram Checkout em maio de 2019, permitindo que algumas marcas recebessem pagamentos dos usuários por meio do aplicativo. Além disso, dados recentes mostram que 15% dos cerca de 3 bilhões de usuários do Facebook utilizam a rede para fazer compras.

Assim, com 1,3 bilhões de usuários no Facebook, 1,3 bilhões no Youtube e 200 milhões no Instagram, parece ser um bom nicho para implementar um modelo de vendas que se adapta às necessidades atuais.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possi finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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