Fev 2020
15
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

Fev 2020
15
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

"Apostamos em Alckmin, mas percebemos que a direita era invencível em 2018"

Como você deve se lembrar, a eleição presidencial de 2018 foi uma das mais decisivas na nossa história recente. De um lado, a esquerda renovada queria uma “segunda chance” para conduzir o país. De outro, a direita conservadora encabeçada por Bolsonaro. Entre os dois lados, estava o centro de Geraldo Alckmin. Era nesse candidato que uma equipe de executivos do mercado financeiro depositava sua crença em um país melhor, e com essa expectativa resolveram fundar a Dahlia Capital.

Paulo Dale, um dos sócios da Dahlia Capital, esteve em Vitória nesta semana a convite da Vértice Investimentos para o ‘Papo com o Gestor’. Ele relata que quando os sócios perceberam que o tucano não teria chances significativas, eles recorreram a uma análise histórica para compreender quem teria chances– afinal, um presidente anti-mercado frustraria as expectativas de uma gestora de investimentos.

O entendimento que eles tiveram foi que, da mesma forma que o centro estava com probabilidade de vitória reduzida, a esquerda (Haddad, Ciro e Marina) também estava fora de cogitação para o Planalto. Um historiador explicou aos sócios que o Brasil vive em ciclos de alternância entre conservadores/liberais e progressistas/esquerdistas.

Logo, se desde a constituição de 1988 o perfil dos presidentes tendeu à esquerda e à social-democracia, duas correntes com ideias, representantes e partidos exauridos, a vez era “quarta virada política”. Isso significa que a última eleição não foi sobre um candidato, foi sobre uma renovação de ideologias no poder. “Quem ganhou a eleição de 2018 não foi Bolsonaro, foi a direita.” explica Paulo Dale,

Junto com o novo governo, veio um novo cenário de ajuste das contas públicas e juros baixos. Nesse contexto, Dale observa que uma das maiores mudanças que o investidor deve se atentar na nossa economia é a relação entre bolsa e dólar. “Nas últimas décadas, tínhamos um ‘kit brasil’: quando tudo estava bem a bolsa subia, o dólar caía; e quando tudo estava mal, a bolsa caía e o dólar subia. Contudo, nesse ambiente de normalidade de juros que o Brasil está vivendo, você quebra essa correlação” explica ele.

Dale comenta que “quando não há tantos estrangeiros comprando reais para investir na renda fixa brasileira, o dólar se aprecia mesmo com o cenário interno positivo, afinal, o que ‘segurou’ o preço do dólar por muito tempo foram os juros altíssimos.” Em suma, a atual alta do dólar não reflete no geral um pessimismo com relação ao Brasil. É apenas o sinal de uma nova normalidade que acompanha o fim do rentismo.

Dale conclui que não haverá mais uma regra única para os juros (Selic), bolsa de valores e dólar se comportarem nos próximos anos. “Eles andarão de acordo com seus próprios fundamentos.” Logo, mesmo se a bolsa estiver pujante, o dólar pode se apreciar.

Mas, até aonde a bolsa vai nos próximos anos? Veja as projeções a seguir.

"Bolsa pode chegar a 250 mil pontos: compre o quanto aguentar"

Em meio a esse conjunto de fatores relativamente complexos, o sócio da Dahlia dá dicas simples para quem deseja começar a investir melhor.

A aposta dele é na bolsa de valores, que tem condições para mais que dobrar. “Você que está começando a investir nesse novo normal de Brasil deve ter alguma parcela de ativos da bolsa na sua carteira. Os juros continuarão baixos e o momento para o setor privado é excelente. E em meio a esse cenário, nós acreditamos que a bolsa tem condições de atingir 250 mil pontos até o final de 2022. Além disso, vemos os lucros das empresas da bolsa crescendo entre 10% e 15% nesse cenário” afirma Dale.

“Não achamos que todo mundo deve ter uma grande maioria dos seus investimentos em bolsa. Para quem está iniciando, é recomendável ter um fundo de ações para se expor a ações de maneira mais segura,, combinando com um fundo multimercado e de investimentos no exterior, por exemplo. Ter uma carteira diversificada é um bom caminho para a transição de uma carteira com 100% de renda fixa para uma carteira com maior risco e retorno.” aconselha o gestor.

Postado Agora

Clientes da Uniletra não perderão investimentos

Investidores que utilizavam a plataforma da Uniletra não perderão suas aplicações, uma vez que elas estão atreladas ao CPF do cliente. Usuários da corretora deverão solicitar a portabilidade de seus investimentos, procecimento que os transfere a outra corretora sem necessidade de resgate.

Postado Agora

FGC garante investimentos de até R$250mil em títulos da Dacasa

Investidores que tinham títulos de dívida e investimentos ligados à Dacasa, serão ressarcidos pelo Fundo Garantidor de Crédito em até R$250 mil. Valores acima correm risco de não serem pagos em caso de falência.

Postado Agora

Uniletra começou como corretora de câmbio para café

A corretora que foi liquidada nesta semana junto à Dacasa Financeira nasceu no Espírito Santo em 1968, prestando serviços de câmbio à Unicafé, uma das maiores exportadoras no mundo. A Uniletra foi autorizada a negociar ações pela Bovespa em 2001.

Veja também

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

Pular para a barra de ferramentas