Fev 2021
16
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Apoiadas por FDICs, fintechs e credtechs podem atingir carteira de R$ 300 bi

Em um mercado em que 150 milhões de pessoas não conseguem ter acesso a crédito, novas empresas apostam em tecnologia e inovação para melhorar a acessibilidade do crédito ao consumidor.

Com uma estrutura mais enxuta e simplificada, as fintechs desenvolvem políticas de crédito e estratégias comerciais para atender a públicos nichados e assim conseguirem alcançar consumidores desatendidos pelos grandes bancos e financeiras — seja pela dificuldade de acesso a bons produtos, seja pelas altas taxas cobradas pelas instituições financeiras tradicionais.

O mecanismo que permite a diversas fintechs prestarem serviços análogos a bancos ou financeiras são fundos de crédito, chamados de FDICs (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios), que ajudam a girar a carteira das startups (em bom português, a “colocar o dinheiro na praça”). Até o ano passado, a estimativa é que esse tipo de instrumento já tenha ajudado a movimentar R$ 16 bilhões no Brasil.

Bruno Menegehel, CEO da credtech Unit, compara que enquanto as financeiras tradicionais captam o dinheiro de investidores no mercado e fazem o empréstimo, os FIDCs encurtam esse caminho, oferecendo os recursos necessários para a operação de crédito.

Assim, as startups do setor financeiro não precisam realizar operações de captação no mercado, o que reduz o custo e a dificuldade de levantar uma operação de crédito.

Segundo Meneghel, o FIDC é um importante instrumento para a competitividade no setor financeiro do Brasil uma vez que permite o surgimento de novas fintechs com práticas inovadoras.

“Com apoio de FDICs, surgem mais startups especializadas em atender determinados perfis de clientes em modalidades como crédito com garantia ou crédito pessoal. Assim, o brasileiro pode contar com uma maior diversidade de políticas de crédito fora dos bancos e financeiras tradicionais”.

Meneghel explica que os FIDCs e as fintechs participam juntas do risco da operação. Como as fintechs são remuneradas pelo FDIC de acordo com a performance da carteira (ou seja, quanto do dinheiro emprestado efetivamente retorna aos cofres de quem emprestou), os incentivos para uma gestão de carteira adequada são alinhados.

Para Felippe Henrique, investimento em FDICs pode chegar até pessoas físicas

Felippe Henrique, sócio do FIDC WFR, sediado em Vitória (ES), explica que esse tipo de instrumento é bastante popular nos EUA e vem crescendo no Brasil devido à sua versatilidade, customização e agilidade nas operações e retornos acima da média para o investidor.

“A indústria de FIDC vem crescendo desde 2016 acima do crédito bancário e quando surgiu no Brasil era muito concentrado em operações de antecipação de recebíveis tradicionais. Mas hoje vemos esses fundos atuando no crédito customizado junto a fintechs em fase inicial e pequenas e médias empresas– operações que geralmente não são de interesse dos grandes bancos e que ainda não contam com a personalização esperada para os desafios que enfrentam no dia a dia”.

No futuro próximo, Felippe enxerga que a CVM vai flexibilizar a participação de pequenos investidores em FIDCs (hoje, apenas investidores qualificados com mais de R$ 1 milhão aplicados podem investir), em um movimento similar ao que ocorreu com a abertura das BDRs (recibos de ações listadas no exterior) na bolsa brasileira. “Investir em um FIDC proporciona um retorno maior que a renda fixa tradicional, ao mesmo tempo que conta com um aparato regulatório robusto que reforça a proteção e a transparência ao investidor”.

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