Economia

Caixa e operações não serão afetados pela Operação Lava Jato, diz Graça Foster

A presidenta disse ainda que preservará a manutenção da política de preços do diesel e da gasolina de não repassar a volatilidade do mercado internacional

Graça divulgou nota para acionistas investidores Foto: Divulgação

O caixa e a capacidade de geração operacional da Petrobras não serão afetados por ajustes decorrentes da Operação Lava Jato ou de qualquer outro relacionado ao valor dos seus ativos. A afirmação é da presidenta da empresa, Maria das Graças Foster, em nota aos acionistas e investidores, nesta madrugada, quando ocorreu a publicação das demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014, não revisadas pelos auditores independentes.

Graça Foster destacou que a companhia tem implementado ações que permitem afirmar que não será necessário recorrer a novas dívidas no ano de 2015 em função dos fatores que favorecem o fluxo de caixa.

A presidenta disse ainda que preservará a manutenção da política de preços do diesel e da gasolina de não repassar a volatilidade do mercado internacional, o que, na situação atual, favorece o caixa da empresa. “Nosso patamar atual de produção de petróleo e derivados nos assegura o mesmo patamar de geração operacional, mesmo com o preço do barril de petróleo Brent variando entre US$ 50 bbl [por barril] e US$ 70 bbl”, justifica Foster.

As demonstrações contábeis da Petrobras indicam que no terceiro trimestre do ano passado o lucro líquido totalizou R$ 3,1 bilhões, resultado 38% abaixo dos R$ 5 bilhões registrados no segundo trimestre, refletindo o menor lucro operacional que foi R$ 4,6 bilhões. Isso significa um lucro operacional 48% abaixo do registrado no 2º trimestre (R$ 8,8 bilhões).

Essa redução é explicada, principalmente, por gastos com o Acordo Coletivo de Trabalho (R$ 1 bilhão), pelo pagamento do acordo com a Bolívia para importação do gás natural (R$ 900 milhões) e pelas baixas no ativo referente aos Projetos Premium 1 e 2 (R$ 2,7 bilhões).

Segundo a Petrobras, a maior produção de petróleo e a consequente exportação agregaram R$ 2,4 bilhões ao resultado operacional do terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior.

No balanço, a estatal projeta um crescimento da produção da ordem de 4,5%. “O fato é que 2015 dá sequência aos eventos de 2014, quando adicionamos quatro novas plataformas que agora estão em curva de ramp-up [linha de tendência de evolução] e aumentamos nossa frota de PLSV de 11 para 19 navios. Assim, a produção será sustentada pela interligação de 69 poços produtores e injetores e pela entrada em operação da P-61/TAD [Papa-Terra] no primeiro trimestre e do FPSO Cidade de Itaguaí [Campo de Iracema Norte] no quarto trimestre deste ano”, informa Graça Foster.

Ela ressaltou que a empresa espera ter uma geração operacional – incluindo o pagamento de impostos antes dos juros, dividendos e amortizações – entre US$ 28 bilhões e US$ 32 bilhões em 2015, considerando patamares de Brent entre US$ 50 bbl e US$ 70 bbl (por barril) e taxa de câmbio entre R$ 2,60 e R$ 2,80 o valor do real em relação ao dólar. “Consideramos que teremos à disposição garantias da União Federal para os recebíveis do setor elétrico, que permitirão a negociação desses créditos no mercado bancário”, destacou Graça Foster.

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