Economia

Focus antecipa de dezembro para outubro o início do ciclo de baixa da Selic

Redação Folha Vitória

Brasília - Às vésperas de uma nova decisão do Banco Central sobre o rumo dos juros, com aposta maciça de alta da taxa, o mercado financeiro mostrou um pouco mais de otimismo em relação à condução da política monetária pelo BC ao longo do ano. De acordo com a abertura do Relatório de Mercado Focus, o ciclo de baixa da Selic terá início em outubro deste ano, e não mais em dezembro, como acreditavam até a semana passada.

O desenho apontado pelo mercado é o seguinte: o Comitê de Política Monetária (Copom) elevará a taxa esta semana de 14,25% para 14,75% ao ano. Em março, incrementará a Selic em mais 0,50 ponto porcentual, para 15,25% aa e, em abril, promoverá mais uma elevação, desta vez, para 15,50%. A taxa seguirá nesse patamar até outubro, quando deve voltar para 15,25% aa. Esse nível será mantido em dezembro, conforme os participantes da pesquisa Focus, e recuará para 14,75% em janeiro do ano que vem.

Como o calendário das reuniões do Copom em 2017 ainda não foi divulgado, a coleta das previsões do mercado é feita para todos os meses. Assim, em fevereiro, a perspectiva é de manutenção da taxa e, em março, de nova queda, para 14,25% aa. Em abril, a mediana das projeções conta com a Selic em 14,00%; em maio, em 13,75% e, em junho (último dado disponível), em 13,50%.

O mercado financeiro acredita que a taxa básica de juros encerrará 2020 em 10,00% ao ano, de acordo com a abertura do Relatório Focus. Até a semana passada, a perspectiva era de que a Selic encerraria esse ano em 10,50% aa. Não houve mudanças nas projeções para os juros básicos da economia em 2018 e 2019. Para esses dois anos, a mediana das estimativas foi mantida em 11,00% ao ano.

Como já havia revelado a pesquisa Focus, realizada com cerca de 120 instituições financeiras, a mediana das estimativas para a Selic ao final deste ano permaneceu em 15,25% aa e, para o encerramento de 2017, subiu de 12,75% para 12,88% aa.

Já os analistas que mais acertam as projeções no médio prazo, denominados Top 5, trilharam um caminho inverso. Para esse grupo, a taxa encerraria o ano de 2020 em 10,00% ao ano até a semana passada, mas agora elevaram a previsão para 10,38% aa - o que denota ainda haver divisão entre os que acreditam na manutenção da Selic e os que preveem alta para 10,50% aa.

Eles também aumentaram suas estimativas para a Selic no fim de 2018, de 11,50% na semana passada para 12,00% agora. No caso de 2019, a alta passou de 10,63% para 11,25% ao ano.

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