Economia

Gestores do Grupo Itapemirim são investigados por "indícios de desvio e má gestão"

Administrador judicial enumera ações que poderiam configurar desvio de patrimônio. Atos aconteceram tanto na gestão Camilo Cola, quanto na gestão dos atuais sócios

Foto: Reprodução/ Facebook Itapemirim

A Justiça de São Paulo determinou que a gestão "dos atuais e antigos sócios" do Grupo Itapemirim seja investigado, ao concluir que há indícios de desvio ou de má administração de seus donos.

A decisão implica na apuração de fatos tanto do período em que a empresa era administrada pelo seu fundador, Camilo Cola, e por seu filho Camilo Cola Filho; quanto por Sidnei Piva e Camila Valdívia, que adquiriram a empresa em novembro de 2016.

De acordo com a decisão, entre as irregularidades constatas pelo administrador judicial, que acompanha a gestão desde que ela entrou em recuperação judicial, em junho de 2016, estão a cessão de linhas e de ônibus para a Viação Caiçara (controlada por Camilo Cola), sem as devidas escriturações da operação e pagamentos, o que poderia configurar "atos de esvaziamento patrimonial do grupo.

Além disso, há "mútuos" (trocas) entre os componentes do grupo sem o registro das operações e pagamentos. Ainda está sob a mira do Tribunal a contratação de escritório de advocacia para resolução de questões tributárias, com o pagamento de vultosos honorários sem comprovação da respectiva contraprestação do serviço.

Também foi identificado um endividamento tributário decorrente de atos de má gestão. O administrador judicial destacou também outras investigações criminais a que os atuais e antigos donos estão submetidos.

Outro ato suspeito na análise do administrador, foi a transferência da sede do grupo para o Espírito Santo, quando a efetiva sede administrativa e operacional da Itapemirim funcionava em São Paulo.

A decisão que determina a investigação é do juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo.

Outro lado

Em nota enviada ao Folha Vitória, a família Cola nega toda e qualquer insinuação de desvios de patrimônio ou qualquer ato de má-fé durante a gestão do Grupo Itapemirim, no processo de Recuperação Judicial das empresas, iniciado em 2016.

"A instauração do ‘incidente de apuração’, por parte da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo, visa trazer aos autos as responsabilidades reais, não sendo uma sentença acusatória, apuração que a família Cola e seus representantes consideram imprescindível para evitar informações desencontradas durante o processo".

Procuramos os assessores dos atuais sócios do grupo, Sidnei Piva e Camila Valdívia, que não deram retorno. A assessoria do Grupo Itapemirim não se pronunciou.

A matéria será atualizada assim que um deles responderem às demandas do Folha Vitória.

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