Economia

Má governança da Petrobras 'expulsou' investidores do Brasil, diz Amec

Redação Folha Vitória

São Paulo - A má governança da Petrobras foi responsável pela saída de investidores do Brasil e não somente da estatal, disse nesta quarta-feira, 11, o vice-presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), que representa os acionistas minoritários, André Gordon. "A Petrobras era uma das bases do mercado de capitais no Brasil e o caso envolvendo a companhia teve um efeito como um todo no mercado", disse.

Gordon disse que a má governança da Petrobras não é algo novo e que a Amec vem se manifestando sobre a companhia desde 2009, quando a entidade se posicionou contra o modelo proposto de aumento de capital. "A forma que estava sendo feita o aumento de capital não era apropriada. Havia um conflito de interesse claro", disse, em coletiva de imprensa.

Segundo ele, a Amec não se manifestou antes sobre a Petrobras porque estava aguardando mais materialidade sobre o caso de corrupção da companhia, o que vem acontecendo no momento, com o processo de delação premiada na Operação Lava Jato.

O vice-presidente da Amec disse que é evidente a diferença de desempenho da Petrobras em relação a seus pares globalmente, sendo que ela foi a que mais descobriu reservas nos últimos anos, incluindo a da camada do pré-sal. "Hoje a Petrobras vale 30% do valor da Ambev", destacou.

Gordon criticou ainda a política de preços que foi adotada ao longo dos últimos anos pela companhia, que fez a petrolífera vender combustíveis com prejuízo, afetando a sustentabilidade da companhia, fato que também ajudou, desde então, a afastar investidores.

O vice-presidente da Amec disse que o presidente da entidade, Mauro Cunha, por ser conselheiro da Petrobras, não participa dos assuntos referentes à petrolífera na entidade, por questões de governança corporativa.

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