Economia

Mercado de veículo novo cresce 22% na parcial de março, diz presidente da Volks

No ano passado, os emplacamentos somaram 2,239 milhões de unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus

Redação Folha Vitória

O mercado de veículos novos no Brasil tem crescido em março a um ritmo de 22%. A variação, referente ao número de unidades vendidas no mês até quinta-feira, 22, em comparação com igual período do ano passado, foi divulgada nesta sexta-feira, 23, pelo presidente da Volkswagen para América Latina e Caribe, Pablo Di Si, que acompanha diariamente os dados de vendas do setor a partir do número de emplacamentos registrados pelo Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores).

O executivo revelou também o desempenho da própria montadora. As vendas da marca alemã no mercado brasileiro avançam 43% no terceiro mês do ano. A previsão da montadora para o ano de 2018 é de expansão de 10% a 15%. No ano passado, os emplacamentos somaram 2,239 milhões de unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

Com a Volkswagen crescendo mais que o setor e, com isso, ganhando participação de mercado, Di Si espera uma maior utilização da capacidade de produção das fábricas instaladas no Brasil. Segundo ele, a fábrica de São Bernardo do Campo tem produzido 1.036 carros por dia, enquanto o máximo é de 1.100. "Esperamos chegar a esse teto nas próximas semanas ou meses", afirmou.

O executivo disse ainda que espera exportar cerca de 180 mil veículos em 2018, acima das 163 mil unidades vendidas ao exterior no ano passado. Das montadoras instaladas no Brasil, a Volkswagen é a principal exportadora. Os países que serão destinos das exportações são os mesmos de 2017, com uma maior participação de mercados menores, como a Colômbia, que recentemente assinou um acordo automotivo com o Brasil que facilita o comércio de veículos.

Rota 2030

O presidente da Volkswagen voltou a defender a adoção do Rota 2030, nova política do governo para o setor automotivo que está sendo discutida desde o ano passado e ainda não foi anunciada. As montadoras esperavam que o programa tivesse sido anunciado no fim do ano passado, mas, por divergências entre ministérios quanto à adoção de incentivos fiscais, o anúncio foi sendo adiado e neste momento se encontra sem qualquer prazo.

Di Si negou que a empresa vá rever o plano de investimentos anunciado para o Brasil, de R$ 7 bilhões até 2020, em razão de atrasos no Rota 2030. Ele ressaltou que o programa é voltado para o médio e longo prazo, enquanto o plano atual da empresa é de curto prazo. "O que pode ser afetado são os investimentos em pesquisa e desenvolvimento para os anos seguintes", disse. "A inteligência e o conhecimento podem ficar fora do Brasil, e por isso o Rota 2030 é fundamental."

A principal divergência em torno do programa se deve ao incentivo fiscal que o governo dará para as montadoras investirem em pesquisa e desenvolvimento. A proposta atual prevê R$ 1 bilhão em estímulos por ano. O benefício seria dado por meio da Lei do Bem, que deduz o investimento na tributação do lucro.

O formato não agrada às montadoras, que alegam que vão demorar para voltar a ter lucro e, por isso, não conseguiriam usar o benefício no curto prazo. Como alternativa, o governo propõe que as empresas acumulem o benefício durante os anos de prejuízo, sendo utilizado quando a empresa voltar a ter lucro.

Novo Tiguan

No evento de hoje, que marcou o aniversário de 65 anos da Volkswagen no Brasil, o presidente da montadora para a região apresentou o novo Tiguan, SUV produzido no México que será vendido no mercado brasileiro a partir de abril. Com a importação deste modelo, a empresa espera se aproveitar do crescimento do segmento de SUVs no Brasil. Esse mercado, que em 2012 representa apenas 8,9% das vendas, chegou a 22% no ano passado.

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