Economia

Em vez de loja, uma igreja

Redação Folha Vitória

No templo do consumo também há espaço para oração. Desde agosto de 2017, o Monte Carmo Shopping, de Betim (MG), abriga a Igreja Batista da Lagoinha. Os cultos são realizados no salão com capacidade para 400 pessoas. A iniciativa inédita faz parte da estratégia dos shoppings novos para ocupar os espaços vazios e aumentar o fluxo de pessoas.

Inaugurado em abril de 2014, no auge da crise, o shopping abriu as portas com 12 lojas, numa área total de vendas de 34 mil metros quadrados. Na época, era um dos shoppings com maior espaço vago no País. Em dezembro de 2016, quando o empreendimento, do Grupo Saphyr, foi vendido para o fundo de investimento Sodepar, a vacância era de 52%. Hoje está em 15%.

A nova administração procurou uma saída viável para virar o jogo e concluiu que só o comércio não seria suficiente para ampliar a ocupação. A inspiração, segundo o gerente do shopping, Cesar Miranda, foi o modelo dos EUA, que equilibra comércio, entretenimento e serviço.

A igreja faz parte dos serviços, ao lado da Faculdade Pitágoras, inaugurada este mês, da agência dos Correios, da Receita Federal e outras operações. "A igreja é um 'case' de sucesso, que se converteu em aumento de receita para inúmeras operações do shopping", diz Miranda.

Para a diretora executiva do Ibope Inteligência, Marcia Sola, os shoppings novos estão "esquizofrênicos". "Trouxeram outras coisas, a fim de minimizar a sensação de tapumes."

Enquanto há shoppings que abriram as portas mesmo com baixa ocupação, outros nem isso conseguiram. É o caso do Praça Uberlândia Shopping (MG). Com 30 mil m² e pronto há três anos, ele nunca foi inaugurado. Na tentativa de conseguir lojistas, o antigo proprietário, o Grupo 5R, até mudou o foco do empreendimento para outlet, mas não teve sucesso. No fim de 2017, o shopping foi vendido para a Legatus Asset. Felipe Rodrigues, sócio da Legatus, conta que o shopping será relançado no segundo semestre.

O novo modelo prevê que a maior parte do empreendimento será para operações de lazer, serviços, alimentação, gastronomia, tecnologia e entretenimento. As lojas tradicionais ficarão com 30%. A previsão é que o shopping remodelado comece a funcionar no início de 2020. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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