Tesouro altera os limites do estoque da dívida pública para 2015
Brasília - O Tesouro Nacional alterou os limites para o estoque da Dívida Pública Federal (DPF) previsto no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2015. O intervalo passou de R$ 2,45 trilhões a R$ 2,60 trilhões para de R$ 2,65 trilhões a R$ 2,80 trilhões. Em julho, a DPF já havia ultrapassado o teto original, chegando a R$ 2,603 trilhões. Não foram alterados outros parâmetros previstos no PAF.
Em nota, o Tesouro destaca que tem havido uma maior demanda por títulos públicos ao longo do ano. O órgão ressalta que tem buscado emitir volumes superiores à sua necessidade de financiamento para ajudar a reduzir o excesso de liquidez do sistema bancário, representado pelas operações compromissadas do Banco Central.
"A realização de maiores volumes de emissões resulta em ampliação do colchão de recursos disponíveis para gestão da dívida pública. O Tesouro reforma seu espaço de atuação em contextos de maior volatilidade", afirma o texto.
A nota afirma ainda que o aumento do estoque não afeta a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) e a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG). O Tesouro disse ainda que mantém a estratégia de longo prazo de aumentar a participação das dívidas prefixadas e remunerada por índices de preços, bem como de reduzir a parcela atrelada à Selic, "observando sempre as condições de mercado em cada momento".
Dívida bruta
A elevação das bandas do PAF para o estoque da dívida pública não afetará a dívida bruta, segundo o coordenador geral de operações da dívida, José Franco. "Dívida bruta não vai mudar porque eu aumentei o estoque da DPF", ponderou.
O coordenador classificou que o Brasil continua com grande confiança dos investidores e ressaltou que o Tesouro terminará o ano de 2015 realizando emissões líquidas.
Franco acredita que os juros altos podem contribuir para o apetite dos investidores. "Mas a Selic não é o principal fator", afirmou ao lembrar que tem títulos prefixados sendo vendidos abaixo da taxa básica de juros.
Outro fator importante ressaltado por Franco é o reforço do colchão de liquidez. "Tesouro tem dois colchões, um em dólares e outro em reais e estamos em situação confortável nos colchões", frisou.