BC diz que acompanha as diferentes medidas de repasse cambial na economia
O Banco Central revelou nesta terça-feira, 7, por meio da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que os membros do colegiado discutiram na semana passada o grau de repasse cambial na economia brasileira. "A intensidade do repasse depende de vários fatores, como, por exemplo, do nível de ociosidade da economia e da ancoragem das expectativas de inflação", concluiu o BC. "O Comitê acompanhará as diferentes medidas de repasse cambial, tanto para a inflação quanto para medidas de inflação subjacente", completou o documento.
Sobre a conjuntura internacional, o Copom reafirmou que houve certa acomodação das condições financeiras nos mercados internacionais, mas voltou a alertar que o cenário se mantém mais desafiador.
"O cenário básico do Comitê contempla normalização gradual da política monetária nos países centrais. Há risco de um impacto adicional desse processo sobre economias emergentes, o que poderá reforçar os ajustes em preços de ativos e a volatilidade nas condições financeiras no mercado internacional", completou a ata.
O documento apontou também a intensificação dos riscos associados à continuidade da expansão do comércio internacional, com possíveis impactos sobre o crescimento global. Mas o BC destacou novamente a capacidade da economia brasileira em absorver um revés no cenário internacional, citando a situação robusta do balanço de pagamentos, o ambiente com inflação baixa no passado recente, as expectativas de inflação ancoradas e perspectiva de recuperação econômica.
"Não obstante, os membros do Copom ponderaram sobre os riscos gerados por possível deterioração adicional do cenário para economias emergentes num contexto de frustração das expectativas sobre as reformas e ajustes necessários na economia brasileira", repetiu o Copom.
Política estimulativa
O BC detalhou por meio da ata do último encontro do Copom os motivos que levam a conjuntura econômica a prescrever uma política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural.
O colegiado explicou que essa conjuntura engloba expectativas de inflação ancoradas, medidas de inflação subjacente em níveis baixos, projeções de inflação ligeiramente abaixo da meta para 2019 e elevado grau de ociosidade na economia.
"Embora estimativas dessa taxa (estrutural) envolvam elevado grau de incerteza, os membros do Comitê manifestaram entendimento de que as atuais taxas de juros reais ex-ante têm efeito estimulativo sobre a economia", completou o documento.
A ata revelou ainda que os membros do Copom debateram as condicionalidades que prescreveriam essa política monetária estimulativa. "Todos concordaram que o grau de estímulo adequado depende das condições da conjuntura, em particular, das expectativas de inflação, da capacidade ociosa na economia, do balanço de riscos e das projeções de inflação", acrescentou o BC.
Mais uma vez, o Copom enfatizou que a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para a queda da sua taxa de juros estrutural.