Itaú Unibanco reduz projeção para superávit comercial em 2018 para US$ 57 bi
Já para a taxa de câmbio, o banco manteve a expectativa em R$ 3,90 no fim deste ano e no seguinte
O Itaú Unibanco alterou a estimativa para o saldo comercial de 2018, de superávit de US$ 65 bilhões para US$ 57 bilhões. Para 2019, a projeção prosseguiu em US$ 55 bilhões. Em nota, a equipe de análise explica que incorporou os dados recentes mais fracos de exportações de manufaturados e semimanufaturados e um aumento das importações por conta da mudança no Repetro Sped anunciada no último mês, que deve estimular as compras de plataformas de petróleo.
De acordo com a instituição, por um lado, um superávit comercial menor pressiona o saldo deficitário em conta corrente e, por outro, o déficit de lucros e dividendos vem surpreendendo para baixo. "A resultante dessas forças é uma projeção de déficit em conta corrente de US$ 20 bilhões (ante US$ 17 bilhões) em 2018 e de US$ 24 bilhões (ante US$ 29 bilhões) em 2019", conforme o banco, que tem como economista-chefe Mario Mesquita.
Já para a taxa de câmbio, o banco manteve a expectativa em R$ 3,90 no fim deste ano e no seguinte. Segundo a instituição, o câmbio parece ter se estabilizado em patamar mais apreciado, por ora.
Na avaliação do banco, o cenário internacional mais benigno favoreceu as moedas emergentes, entre elas o real que, depois de ter alcançado quase 4,00 reais por dólar no início de julho, voltou a flutuar entre 3,70 e 3,80 reais por dólar. "O encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Comissão Europeia ajudou a acalmar temores de escalada da guerra comercial, enquanto o crescimento abaixo do esperado do PIB norte-americano no segundo trimestre diminuiu a possibilidade de alta agressiva dos juros no país", avalia.
Varejo
O banco ainda avalia a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada nesta sexta-feira 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme o banco, apesar da alta de 2,5% nas vendas do varejo ampliado em junho ante maio, o resultado não é suficiente para compensar o recuo de 5,1% em maio com a paralisação dos caminhoneiros. "Por ora, projetamos avanço no varejo restrito (0,5%) e no conceito ampliado (0,4%) em julho, em ritmo ainda insuficiente para retomar os níveis pré paralisação", cita. Em junho, o varejo restrito cedeu 0,3%.