Economia

Aumento do déficit primário está concentrado no Governo Central em agosto, diz BC

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, destacou nesta sexta-feira, 28, que o aumento do déficit primário do setor público em agosto, que atingiu R$ 16,876 bilhões, esteve concentrado no Governo Central (BC, INSS e Tesouro). No mês passado, o governo central teve déficit de R$ 20,851 bilhões, refletindo a redução das receitas.

"A receita se reduziu porque houve montante significativo de transferência da União para Estados e municípios em agosto. Fundamentalmente, transferência de royalties (de petróleo). Isso também explica o superávit dos governos regionais", disse Rocha.

Em agosto, os governos regionais tiveram superávit primário de R$ 3,383 bilhões, o melhor resultado para o mês desde o início da série histórica, em dezembro de 2001.

Conforme Rocha, o pagamento maior de royalties aos governos regionais decorre da melhora dos preços do petróleo no mercado internacional.

Por outro lado, ele pontuou que as despesas com o INSS em agosto seguiram elevadas, resultando em um déficit primário de R$ 18,017 bilhões. "Foram as maiores para o mês na série", disse.

Despesa com juros

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central afirmou que as despesas com juros aumentaram em agosto em função das perdas incorridas com a posição de swaps cambiais do BC. No mês passado, o pagamento de juros totalizou R$ 60,052 bilhões, acima dos R$ 25,762 bilhões de julho e dos R$ 36,012 bilhões de agosto de 2017.

"A razão para o aumento pronunciado no pagamento de juros em agosto é a perda com swaps", pontuou Rocha.

A posição vendida do BC em swaps gerou R$ 28,6 bilhões em perdas com swaps em agosto, em função da desvalorização cambial no período. "Não fosse o swap, haveria redução na despesa com juros em agosto ante agosto de 2017", disse Rocha.

Segundo ele, os R$ 60,052 bilhões das despesas com juros em agosto são recorde para o mês em toda a série histórica do BC. A série histórica do BC foi iniciada em dezembro de 2001. Considerando todos os meses, o montante é o maior desde setembro de 2015 (R$ 69,99 bilhões).

Déficit nominal

Com o déficit primário de R$ 16,876 bilhões e a despesa com juros de R$ 60,052 bilhões, o déficit nominal do setor público atingiu R$ 76,928 bilhões em agosto. "Foi o pior resultado da série para meses de agosto", disse Rocha.