Economia

'Em geral, minha posição tem sido neutra em questões políticas', diz Ilan

"Meu papel é não entrar nessas provocações (dos jornalistas). Isso não ajuda. O Brasil precisa de atores neutros, instituições que vão fazer o que tem de ser feito independente do que há pela frente e de sermos apartidários", disse

Redação Folha Vitória

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, não comentou nem se comprometeu sobre seu futuro em meio à corrida presidencial. "Vocês que têm me acompanhado aqui sabem que, em geral, a minha posição tem sido neutra em questões políticas", disse Ilan, durante entrevista nesta quinta-feira, 27, para apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) ao ser questionado sobre a sinalização da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) de que o candidato gostaria de mantê-lo no cargo em eventual governo do deputado.

Durante a entrevista, o tema foi levantado por vários repórteres e Ilan repetiu que não se posicionaria sobre o tema. "Meu papel é não entrar nessas provocações (dos jornalistas). Isso não ajuda. O Brasil precisa de atores neutros, instituições que vão fazer o que tem de ser feito independente do que há pela frente e de sermos apartidários", disse.

Ao ser questionado se eventual posicionamento neste momento não poderia reduzir as incertezas, o presidente do BC respondeu que "obviamente gostaria de oferecer o máximo de tranquilidade para todo mundo". Essa tranquilidade, porém, não será dada com uma resposta sobre seu futuro na instituição, explicou.

Ilan defendeu que ele pode contribuir com a tranquilidade "fazendo o que a gente está fazendo agora (no BC): sendo neutro e apartidário é a melhor forma".

"Tenho justificado (a posição) pela natureza do nosso trabalho. O BC é uma instituição apartidária, estável que quer ser neutra, uma instituição para o Brasil", argumentou Ilan. "Isso não me permite entrar nessas considerações em questões de campanha. Vou continuar na mesma linha de não comentar questões relacionadas a política", reforçou.