Economia

ARX: sem repatriação, governo central teria déficit de R$ 4,2 bi em outubro

Redação Folha Vitória

São Paulo - A profunda recessão provoca uma grande dificuldade de arrecadação do governo federal, que contou com o auxilio extraordinário das receitas de repatriação em outubro - a grande responsável pela geração de superávit primário do governo central de R$ 40,814 bilhões. Mas, sem essa receita extemporânea, o conjunto formado pelo Tesouro, Banco Central e Previdência Social teria exibido um déficit de R$ 4,2 bilhões no mês passado, afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos. "A economia está muito fraca, o que impacta com força na arrecadação federal, que caiu 3% em termos reais de janeiro a outubro deste ano ante o mesmo período de 2015", comentou. Ela estima que o PIB cairá 3,5% em 2016 e subirá 1% em 2017.

Para Solange, o déficit da Previdência Social está numa trajetória de forte ascensão, o que torna cada vez mais urgente uma reforma nessa área. Ela apontou que as despesas superaram as receitas em R$ 125,7 bilhões de janeiro até outubro deste ano, valor bem maior que o saldo negativo de R$ 49,7 bilhões apurado no mesmo período de 2015. Ela estima que a Previdência deverá apresentar um déficit total de R$ 152 bilhões em 2016.

Na avaliação da economista-chefe da ARX, a recente crise política vivida pelo governo federal foi equacionada com a saída do ministro Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo. Neste contexto, ela avalia que não haverá atraso no cronograma das reformas fiscais no Congresso. O governo trabalha com a aprovação da PEC do Teto pelo Senado em dezembro e há a expectativa de que ainda neste ano o Poder Executivo enviará ao parlamento sua proposta de mudança estrutural da Previdência Social.

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