Economia

Após queda no preço do petróleo e desastre de Mariana, ES perde participação no PIB nacional

Pressionado pelas perdas do Espírito Santo e do Rio Janeiro, o Sudeste foi a única grande região a perder participação no PIB nacional, saindo de 54% para 53,2%

Breno Ribeiro

Redação Folha Vitória
Foto: Agência Brasil

O Espírito Santo perdeu 0,3 pontos percentuais de sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional entre 2015 e 2016, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (16).

Pressionado pelas perdas do Espírito Santo e do Rio Janeiro (-0,8 ponto percentual), o Sudeste foi a única grande região a perder participação no PIB nacional, saindo de 54% para 53,2%.

Segundo o IBGE, a perda de participação dos Estados é explicada pela redução da atividade indústrias extrativas, muito em função da queda do preço do petróleo em reais (R$) pelo segundo ano consecutivo (-25,2% entre 2014 e 2015 e -12,4% entre 2015 e 2016).

De acordo com o instituto, o Espírito Santo, além de ter sido influenciado pela queda do preço do petróleo, também foi afetado pelo desastre ambiental ocorrido com o rompimento da barragem de rejeitos no Município de Mariana (MG) no final de 2015. Em decorrência disso, a produção do minério de ferro pelotizado no estado reduziu em 2016.

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O IBGE aponta que entre 2015 e 2016, houve perda de 3,8 p.p. do Espírito Santo na participação nacional de Indústrias extrativas e de 8,2 pontos percentuais da participação desta atividade no total da economia capixaba, passando a representar, respectivamente, 8,0% e 4,8% em 2016.

PIB do país

Os dados divulgados pelo IBGE mostram que houve queda de 3,3% do PIB do país em 2016, em comparação com o ano anterior. Ao todo, 25 estados registraram queda. O único que apresentou variação positiva foi Roraima, com 0,2% de crescimento, enquanto o Distrito Federal ficou estável, com 0,0%.

De acordo com o gerente da pesquisa, Frederico Cunha, a atividade de Administração, defesa, educação e saúde pública e seguridade social foi a que mais influenciou o avanço em Roraima, e segurou a queda no Distrito Federal, uma vez que, nesses locais, ela representa quase metade do valor adicionado ao volume total do PIB.

“Esses locais são muito dependentes da administração pública, que não oscila muito, funcionando como uma espécie de amortecedor da economia. Então quando há uma queda generalizada do Comércio e da Agricultura, por exemplo, essa atividade acaba segurando o resultado”, explica.

Já o Amazonas foi o estado com a redução mais acentuada, com queda de 6,8%. As principais contribuições negativas foram dos setores de Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (-10,3%) e Indústrias de transformação (-12,9%), influenciado pela queda na fabricação de bebidas e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos.

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