Economia

Monteiro reitera previsão de superávit comercial de US$ 35 bilhões em 2016

Redação Folha Vitória

Brasília - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse nesta terça-feira, 22, que a pasta mantém a previsão de superávit comercial de US$ 35 bilhões em 2016. "Alguns analistas preveem de US$ 30 bilhões a US$ 40 bilhões de saldo, então eu vou ficar em US$ 35 bilhões, que considero um patamar razoável", avaliou.

O ministro disse não vislumbrar uma perspectiva de recuperação do preço de commodities minerais em 2016, mas estimou que as commodities agrícolas podem ter alguma recuperação de valor. "O que posso dizer é que, com certeza, haverá aumento de exportações de manufaturados em 2016, sobretudo automóveis, devido aos acordos automotivos e decisões da indústria mundial. A plataforma brasileira pode se constituir uma opção melhor que outras em 2016", afirmou.

O ano de 2015, segundo ele, se caracterizou por uma virada na balança comercial, que de um déficit de US$ 4 bilhões no ano passado deve fechar este ano com superávit acima de US$ 17 bilhões. Até a terceira semana de dezembro, o superávit brasileiro é de US$ 16,660 bilhões.

"Isso se deve ao realinhamento do câmbio e à retração das importações, mas em 2015 houve também aumento da quantidade exportada, maior que a média mundial. Além disso, só a queda de preços das commodities fez Brasil perder US$ 30 bilhões em receitas", afirmou.

Monteiro avaliou que o desempenho positivo da balança contribui para que o País tenha um bom resultado este ano no setor externo. "Talvez essa seja a nossa única notícia positiva. Não vamos queimar reservas cambiais para financiar o déficit em transações correntes e todas as projeções apontam para um cenário melhor em 2016", estimou. "Temos que aproveitar a janela de oportunidade do câmbio para retomar canais de exportação", completou.

O ministro destacou a aproximação comercial do Brasil com os Estados Unidos neste ano, com incremento nas exportações para o mercado norte-americano. "Uma política comercial que não prioriza os EUA não é pragmática", enfatizou. Ele também citou medidas no sentido de aumentar as margens de preferência tarifária com o México, além de ajustes no acordo automotivo que elevou os embarques de automóveis para o parceiro. "Também costuramos acordo automotivo com a Colômbia", acrescentou.

Quanto ao Mercosul, Monteiro afirmou que a troca de ofertas para o acordo comercial com a União Europeia deve ocorrer no primeiro trimestre de 2016. "A Argentina deu sinalizações positivas nesta Cúpula do Mercosul e poderemos iniciar o processo no começo do ano", disse, referindo-se a reuniões realizadas nos últimos dias em Assunção, no Paraguai.

Perguntado sobre a demora de uma decisão sobre o imposto de importação do aço, Monteiro disse que um anúncio só deve ser feito no começo do próximo ano, já que a troca de ministros na equipe econômica levou ao prolongamento das discussões sobre o tema. "Vários países têm adotado medidas de proteção ao setor siderúrgico e o Brasil não pode ficar inerte. O governo tem adotado uma posição extremamente cautelosa no setor do aço, já que se trata de um insumo que impacta várias cadeias produtivas", concluiu.

China

Monteiro admitiu que o reconhecimento da China como economia de mercado é questão extremamente delicada que o País precisará lidar em 2016. Segundo ele, o governo analisa preocupações do setor privado, sobretudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). "O ministério vai opinar sobre a China, mas a decisão do governo será política e estratégica", considerou.

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