Economia

É hora de investir? Taxa de juros cai e financiamento pode ficar mais fácil

A Selic chegou ao menor nível desde outubro de 2013 e voltou a casa de um dígito. Com isso, bancos diminuíram as taxas de juros

Caindo pela sétima vez seguida, a taxa Selic saiu de 10,25% ao ano para 9,25% ao ano para os juros cobrados em linhas de crédito para pessoa física e empresas. Foi o que anunciou o Comitê de Política Monetária (Copom). Mas o que isso representa para o bolso do cidadão? A consequência imediata é a redução da taxa de juros por parte dos bancos, o que impacta diretamente na vida de milhões de brasileiros.

A Selic chegou ao menor nível desde outubro de 2013, quando estava em 9% ao ano. Essa é a primeira vez em que os juros básicos da economia retornam a um dígito em quase quatro anos. Desde novembro de 2013, quando o Copom elevou a taxa para 10% ao ano, a taxa estava em dois dígitos.

Acompanhando a queda da Selic, o Banestes foi um dos bancos que reduziu suas taxas de juros. O crédito pessoal, que já havia tido uma redução em março, saiu de 2,65% e agora será a partir de 1,90% ao mês. Além disso, o microcrédito e o financiamento para veículos também estão com taxas mais atrativas. O primeiro saiu de 1,80% ao mês para a partir de 1,50%. O financiamento de veículo caiu de 1,60% para 1,30% ao mês.

Outros produtos oferecidos pelo banco terão seus juros reduzidos, como por exemplo o crédito imobiliário, que terá novas taxas já no início de agosto. De acordo com o diretor-presidente do Banestes, Michel Sarkis, a redução das taxas de juros é importante porque contribuiu para o crescimento da economia do país e apoia pessoas e empresas a investirem.

“Com juros menores, o acesso ao mercado de crédito aumenta e isso ajuda a melhorar a economia como um todo. O Banestes faz reajustes nas taxas frequentemente. Isso nos mantém competitivos e ratifica as nossas estratégias voltadas para construção de um relacionamento cada vez mais sólido e com mais benefícios para os clientes em médio e em longo prazo”, declarou.

Inflação

No Relatório de Inflação, divulgado no fim de março pelo Banco Central, a autoridade monetária estima que o IPCA encerrará 2017 em 3,8%. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,33%, mesmo com o aumento dos tributos sobre os combustíveisanunciado na semana passada.

Até agosto do ano passado, o impacto de preços administrados, como a elevação de tarifas públicas, e o de alimentos, como feijão e leite, contribuiu para a manutenção dos índices de preços em níveis altos. De lá para cá, no entanto, a inflação começou a cair por causa da recessão econômica e da queda do dólar.

Crédito mais barato

A redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores barateiam o crédito e estimulam a produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica. Segundo o boletim Focus, os analistas econômicos projetam crescimento de 0,34% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2017. No último Relatório de Inflação, divulgado em junho, o BC manteve a estimativa de expansão da economia para 0,5% este ano.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.

Casa própria

Sair do aluguel é o sonho de muitos brasileiros. Para realizar, é preciso economizar e traçar um planejamento antecipado. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, este é um sonho a ser conquistado no médio ou longo prazo.

“O financiamento imobiliário tem prós e contras, considerando a situação atual da pessoa ou família. Uma das principais desvantagens são os juros pagos ao longo do tempo, portanto é válido se programar para fazer esta compra no médio ou longo prazo, poupando dinheiro mês a mês. Assim terá os juros trabalhando ao seu favor e melhores condições para negociar o pagamento”, orienta Reinaldo Domingos.

Confira 10 orientações para comprar a casa própria:

1- Analise o valor do aluguel que está pagando e se for o mesmo valor da prestação de um financiamento, poderá ser uma opção financiar o imóvel. Contudo, lembre-se de que, de forma geral, os preços dos imóveis estão em alta;

2- Reúna a família para conversar sobre as atuais necessidades e desejos, definindo região e valor, tendo em vista as reais condições em que se encontram;

3- Outro ponto a ser levando em conta é o custo de vida da região em que irá mudar, que pode ser mais alto que o atual. Se preocupe também com gastos com transporte;

4- Nunca se esqueça que um novo imóvel demanda custos além das parcelas, como reformas, móveis novos, taxa de condomínio e de transferência, etc;

5- Lembre-se que o financiamento de um imóvel é considerado uma dívida de valor, por isso a família deve proteger as finanças antes de assumir as parcelas mensais. Portanto criem uma reserva estratégica; assim havendo qualquer eventualidade não deixará de honrar este compromisso;

6- Procure conhecer melhor programas do Governo, como o “Minha Casa, Minha Vida”, que facilita o financiamento da casa própria;

7- Se a pessoa não pagar aluguel ou tiver condições de conciliar este pagamento com um investimento, uma ótima alternativa é guardar o valor da prestação em um investimento conservador, assim, após alguns anos poderá comprar a casa à vista e não pagar juros. É preciso entender que, com o dinheiro aplicado, os juros trabalham a seu favor, enquanto que, no financiamento, se paga juros;

8- O melhor caminho para adquirir é poupar parte do dinheiro que se ganha, portanto faça uma simulação em qualquer banco de quanto custaria a prestação deste imóvel e comecem a guardar um investimento conservador, como poupança, CDB ou tesouro direto. Se for interessante, é válido utilizar o valor do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS);

9- Se não tiver pressa, considere o consórcio. Nesta modalidade, faz-se o pagamento de um valor fixo mensalmente e é contemplado com a carta de crédito por sorteio ou lance. A pessoa pode ser sorteada rapidamente ou após muitos anos, por isso é importante se planejar com antecedência, caso contrário pode não conseguir conciliar as despesas;

10- Caso não esteja conseguindo pagar a prestação da casa própria, reveja imediatamente os gastos, em especial as pequenas despesas, que somadas podem levar a família ao desequilíbrio financeiro.

Fonte: DSOP Educação Financeira

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