Economia

'Prévia do PIB' sobe 0,25% no 2º trimestre

De acordo com especialistas, IBC-Br indica que a recuperação econômica está menos lenta e gradual

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) avançou 0,25% no segundo trimestre ante o primeiro, divulgou a instituição. O desempenho no primeiro semestre deste ano, quando recuou 0,11% na série sem ajuste sazonal, foi o melhor desde o primeiro semestre de 2014, quando havia avançado 0,67%. Os números do indicador foram divulgados hoje pelo BC.

Em 2014, primeiro ano da recessão econômica, o IBC-Br cedeu 2,73% no primeiro semestre. Em 2015, a queda nos primeiros seis meses do ano foi de 5,42%. Conhecido como prévia do BC para o PIB, o IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A previsão oficial do BC para a atividade doméstica deste ano é de avanço de 0,50%.

Após recuar 0,37% em maio (dado já revisado), a economia brasileira registrou alta em junho de 2017. No mês, o IBC-Br avançou 0,50% em junho ante maio, com ajuste sazonal. O índice de atividade calculado pelo BC passou de 134,10 pontos para 134,77 pontos na série dessazonalizada de maio para junho. Este é o maior patamar para o IBC-Br com ajuste desde fevereiro deste ano (135,00 pontos). A alta do IBC-Br ficou dentro do intervalo obtido entre analistas do mercado financeiro consultados pelo Broadcast Projeções, que esperavam resultado entre +0,20% e +1,40% (mediana de +0,62%).

Para o economista o economista Luiz Castelli, da GO Associados, consultado na prévia do resultado pelo Projeções Broadcast, a ideia é de que a atividade está engatando uma "segunda marcha" e deixando a recuperação econômica um pouco menos lenta e gradual. "É um efeito mais de devolução da agropecuária, enquanto a indústria e até mesmo os serviços estão mostrando situação um pouco melhor em função da melhora da confiança e da queda dos juros e da inflação."

Em bases trimestrais, a indústria subiu 0,90% de abril a junho e os serviços prestados cresceram 0,3%, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O economista Bruno Levy, da Tendências Consultoria, ressalta que esse número pode enganar à primeira vista, pois está muito contaminado pelo efeito base da desaceleração da produção agrícola.

Apesar do impacto negativo do campo na atividade do período, Levy argumenta que a reação mais disseminada da economia no segundo quarto do ano tem influência do efeito cadeia da safra recorde. "Há melhora da renda na região, que impulsiona o varejo e assim o emprego, além do aumento de serviços de transporte. Há uma retroalimentação." O economista também cita como propulsores da atividade econômica de abril a junho os saques das contas inativas do FGTS, a queda da inflação e a melhora da massa salarial, que impulsionam o consumo.

Natalia Cotarelli, economista do ABC Brasil, acrescenta que o varejo foi a principal surpresa no trimestre. "Não esperávamos contribuição positiva do comércio no PIB e isso agora pode acontecer", diz. O varejo ampliado subiu 1,70% na passagem do primeiro para o segundo trimestre, mas Natália lembra que não há relação clara entre a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE e o PIB.

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