Economia

Qualquer banco gostaria de emprestar para Petrobras, diz novo diretor do BNDES

Desde 2015, o BNDES está proibido de emprestar para a Petrobras enquanto não reduzir sua exposição à estatal

A retomada dos financiamentos à Petrobras pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi defendida nesta sexta-feira (11) pelos novos diretores das áreas de Planejamento e Crédito da instituição, Carlos da Costa e Carlos Thadeu de Freitas.

"A Petrobras não é um cliente qualquer, a Petrobras gera PIB, trabalho e emprego em inúmeros fornecedores. Não pode ser tratada como uma empresa qualquer", afirmou Freitas em coletiva de imprensa após tomar posse oficialmente no cargo na tarde desta sexta-feira.

O diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, disse na quinta-feira que a estatal poderá contratar novos empréstimos com o BNDES ainda este ano, num valor de até R$ 2 bilhões. Isso poderia indicar que a exposição da instituição de fomento à petroleira caiu abaixo do limite exigido pelo Banco Central (BC). Desde 2015, o BNDES está proibido de emprestar para a Petrobras enquanto não reduzir sua exposição à estatal.

Freitas disse que acaba de assumir o cargo e ainda não tem detalhes sobre a exposição do banco à companhia, mas que possivelmente ainda há um desenquadramento. O diretor de Crédito do BNDES disse que a Petrobras é um risco que deve ser financiado à medida que se crie espaço na carteira. Além de empréstimos, o BNDES tem participação acionária relevante na estatal. "Qualquer banco gostaria de emprestar para a Petrobras", disse.

Como publicou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, mais cedo, entretanto, independentemente de estar acima do limite de exposição à Petrobras, o BNDES poderia contratar novos empréstimos indiretos para a petroleira, informou a assessoria de imprensa da instituição de fomento. Nas operações indiretas, o BNDES fornece o funding dos recursos a um banco repassador, que faz a análise e assume o risco de crédito. Segundo Monteiro, a intenção da estatal seria buscar o mais rápido possível recursos via Finame, no valor entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão.

Embora tenha dito que o papel do BNDES deve passar por financiamentos em áreas em que o mercado privado de crédito não tenha apetite, Costa disse que dar crédito para a Petrobras é diferente de financiar outra grande empresa privada, porque ela tem papel diferente no desenvolvimento do País.

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